Uma ilha assombrada por demônios: a controvérsia entre John Webster e JosephGlanvill e os desdobramentos filosóficos e religiosos da demonologia na Inglaterra da Restauração (1660-1680)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Goncalves, Bruno Galeano de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-29102012-094919/
Resumo: A partir da controvérsia entre John Webster (1610-1682) e Joseph Glanvill (1636-1680) em torno da bruxaria como um pacto diabólico propõe-se compreender em alguma medida o sentido que a demonologia poderia adquirir na Inglaterra da Restauração e relacionar a polêmica de ambos com o declínio da perseguição às bruxas. A demonologia é entendida como uma literatura controversa dotada de dimensão cognitiva e social e dedicada ao preternatural, ou seja, a eventos que estariam nas fronteiras entre o natural e o sobrenatural. As obras de demonologia se apropriaram de modo eclético de argumentos, teorias e de episódios oriundos das mais diversas fontes e os organizaram em torno de alguns tópicos fundamentais. A demonologia esteve relacionada com diferentes lugares, épocas e saberes, em especial a filosofia natural e a teologia. Tendo isso em vista, os tratados de demonologia de Webster e Glanvill, The displaying of supposed witchcraft (1677) e Saducismus triumphatus (1688), foram estudados em paralelo, colocados em confronto, relacionados com outros escritos deles, associados às discussões demonológicas e ao contexto intelectual e histórico. A polêmica entre Webster e Glanvill mostrou que a demonologia se apresentava como uma maneira de advogar compromissos de natureza filosófica e religiosa que estavam relacionados com o surgimento da ciência moderna e com a diversidade religiosa existente na Inglaterra. Mas, apesar dessa flexibilidade, a demonologia entrou em declínio à medida que avançou o ceticismo das autoridades com relação ao crime da bruxaria e a experiência se tornou experimentação. O fim dos julgamentos de bruxas impossibilitou que a demonologia se adequasse a requisitos mais rigorosos, e impossíveis, de evidência.