Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Felipe Soares |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5177/tde-29052023-160730/
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Resumo: |
Introdução: a compressão da veia renal esquerda (VRE) no espaço entre a artéria mesentérica superior (AMS) e a aorta foi descrita primeiramente por El Sadr e Mina em 1950. Em 1972, De Schepper utilizou pela primeira vez o termo Síndrome de Nutcracker (SN) para pacientes com manifestação clínica da compressão. A evolução dos métodos diagnósticos por imagem elevou a frequência do achado do estreitamento da VRE nesta localidade. Objetivo: avaliar a frequência com que os sinais tomográficos indicativos de compressão significativa da VRE (também chamado de fenômeno de Nutcracker) são encontrados em uma população normal e assintomática; bem como estudar os diversos aspectos da correlação anatômica (associados aos parâmetros antropométricos) entre a artéria mesentérica superior e a veia renal esquerda a fim de identificar padrões de normalidade para o eixo aortomesentérico. Métodos: estudo anatômico retrospectivo, descritivo, baseado na análise de angio-TC de alta definição de doadores renais vivos, selecionados de acordo com os critérios de Amsterdã (2004). Foram avaliados 324 exames tomográficos quanto a presença dos principais critérios atuais para compressão da VRE, incluindo o beak sign; ângulo aortomesentérico < 41º, o índice de diâmetro da VRE ³ 4,9; beak angle ³ 32º. A presença de varizes pélvicas, bem como o aumento do diâmetro (> 0,5 cm) da veia gonadal esquerda (VGE) foram também avaliados. Dados antropométricos (sexo, idade, peso, altura) e laboratoriais foram extraídos dos registros de prontuário. Foram estudados ainda a força de associação entre as múltiplas variáveis anatômicas do eixo aortomesentérico, bem como a influência exercida pelo índice de massa corporal sobre as mesmas. Foi investigada a área transversa da veia renal esquerda no eixo Ao-M e realizado comparação com os parâmetros anatômicos e antropométricos Resultados: a média do ângulo aortomesentérico foi 53,1º no sexo feminino e 58,7º no masculino (p = 0,044). Os beak sign e beak angle estiveram presentes respectivamente em 15,3% e 9,8% da amostra, ambos com maior predileção para sexo feminino (p = 0,01). O Ângulo aortomesentérico <41º foi identificado em 30,5% dos pacientes estudados, com predileção para o sexo feminino (p < 0,01). O índice de diâmetro foi considerado positivo em 0,7% dos casos, sem diferença entre os sexos. A dilatação da VGE foi mais prevalente entre mulheres tanto na sua porção proximal quanto média (p < 0,01). Quando avaliado a amostra por grupo de critérios (três ou quatro critérios positivos) não houve diferença entre os sexos, no entanto, foi observado associação positiva entre o maior número de critérios com idade mais jovem e baixo IMC (p < 0,01). O IMC apresenta correlação estatística positiva com o ângulo e a distância aortomesentérica (p < 0,01). A redução da área da VRE na passagem pela AMS não acompanha a redução de diâmetro proporcionalmente. O índice de área apresentou correlação estatística positiva com o beak angle (p < 0,01) e negativa com o IMC, distância Ao-M e ângulo Ao-M (p < 0,01) As limitações do estudo incluem a ausência de população sintomática para Síndrome de Nutcracker; a ausência do gradiente renocaval para melhor caracterização dos achados compressivos; a ausência de outros tipos de exames de imagem, como doppler venoso; a ausência de dados sobre gestação prévia. Conclusão: os critérios tomográficos para Fenômeno de Nutcracker e Síndrome de Nutcracker apresentam elevada frequência em indivíduos saudáveis (doadores renais efetivos). O sexo feminino e indivíduos mais jovens mostraram maior prevalência de achados compressivos no eixo aortomesentérico. A redução da área transversa da VRE não acompanha a redução do diâmetro e o índice de área pode ter aplicabilidade validada em estudos maiores. Uma revisão dos critérios atuais para fenômeno e Síndrome de Nutcracker, com uma categorização distinta entre sexo, idade e IMC, é recomendada para melhor avaliação dos eventos compressivos sobre a VRE |