Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1972 |
Autor(a) principal: |
Amante, Elpidio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20240301-143447/
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Resumo: |
Para se estudar a influência dos fatores microclimáticos: temperatura, umidade relativa e vento, sobre a revoada e o carregamento de folhas da formiga saúva Atta laevigata (F. Smith, 1858), Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908, Atta bisphaerica Forel, 1908 e Atta capiguara Gonçalves, 1944 (Hymenoptera, Formicidae), em formigueiros localizados respectivamente em Campinas, Araraquara e Rancharia, foram instalados 8 termógrafos, 16 higrômetros, 4 anemômetros e outros equipamentos (Tabela 4); idealizadas e aplicadas 6 fichas; selecionadas e treinadas 3 equipes com um total de 12 auxiliares; e preparado 1 cronograma rígido de observações. Os dados foram coletados de hora em hora, durante 24 horas ininterruptas, num mesmo dia da semana, no decurso de todas as 52 semanas do ano de 1969, perfazendo-se um total de 5.064 horas de observação. Os dados foram tabulados pelo Computador IBM 1130 com uma programação FORTRAN 1130, tendo sido elaborada uma tabela de frequência. Foi feito o teste do χ2 numa tabela de contingência, respectivamente, de 8, 7, 6 e 6 faixas de temperatura por 4 faixas de umidade relativa, para verificar a influência dessas duas variáveis sobre o comportamento externo. A hipótese a ser testada é a independência das duas variáveis sobre o carregamento de folhas. Como os valores do χ2, 19.380,14; 1.242,96; 7.097,22 e 9.531,81, foram significativos ao nível de 5%, é se obrigado a rejeitar a hipótese e admitir a alternativa, ou seja, de que a influência da temperatura fica condicionada ao teor de umidade relativa. Através da tabulação dos dados pode-se constatar que a hora em si não influi no carregamento de folhas, embora se encontrem períodos horários com maior porcentagem de carregamento de folhas em relação aos demais, coincidindo com a faixa de temperatura favorável para essa atividade. Nos histogramas (Gráfico 2), podem-se observar os Índices porcentuais do carregamento de folhas para cada espécie. Assim, a Atta laevigata tende a iniciar a atividade de carregamento de folhas quando a temperatura, ao nível do solo, atinge 15ºC e tende a cessar aos 35ºC. O pico dessa atividade acontece quando o parâmetro termométrico oscila de 20ºC a 25ºC. Para a Atta sexdens rubropilosa o pico é observado no parâmetro de 20ºC a 25ºC, iniciando a atividade de carregamento aos 15ºC e encerrando aos 35ºC. A Atta capiguara tem o seu pico de maior atividade no parâmetro de 25ºC a 30ºC, compreendido entre 15ºC a 35ºC. Para a Atta bisphaerica a faixa termométrica em que ocorre a atividade é de 10ºC a 30ºC, verificando-se o pico no parâmetro de 15ºC a 20ºC. Há uma grande diferença no número total de folhas registradas para cada espécie. Esse número indica a grande capacidade das saúvas de cortarem e carregarem as folhas, prejudicando sobremaneira o desenvolvimento das culturas e afetando diretamente a produção. Nestas condições, sobressaiu-se a Atta laevigata, tomada como referência; considere-se que o seu índice de atividade é de 100%, porque é a espécie que se apresentou mais ativa entre aquelas consideradas. Assim sendo, a Atta capiguara classifica-se em 2º lugar com 78,7%, enquanto que a Atta bisphaerica apresenta um índice de atividade menor, isto é, 36,7%. A Atta sexdens rubropilosa apresenta-se ainda com um menor índice, que é de 6,7%. O vento parece não exercer influência significativa, pois as velocidades do vento, registradas em concomitância com os outros fatores físicos, não permitiram uma distribuição de frequência. As observações do carregamento de folhas em função desse fator têm mostrado que níveis altos de vento não afetam o índice de carregamento de folhas. Com a distribuição anual, semestral e trimestral da frequência, ficaram perfeitamente evidenciadas as faixas de temperatura e umidade relativa, onde se dá a maior intensidade de carregamento de folhas. Verifica-se que cada espécie tem uma certa tendência para realizar sua atividade com maior intensidade. O desenvolvimento executivo do plano serviu para aperfeiçoar esta metodologia e assim, hoje, em matéria de planejamento de pesquisa de saúva, há uma concepção bem definida, indicando pontos vitais a serem inicialmente considerados. Analisando-se o gráfico 2, encontrou-se um motivo plausível para levantar uma hipótese, tentando explicar a distribuição geográfica das espécies, em função do carregamento de folhas, através das isotermas da temperatura média anual do Brasil (Mapas 1, 2, 3, 4). Como consequência da observação da revoada dos formigueiros considerados, pode-se determinar a intensidade de vôo das formas aladas, em minutos sucessivos, desde o momento em que revoou o primeiro alado até o último. |