Modulação da resposta inflamatória e imunológica pela eletroestimulação vagal em porcos submetidos à resseção pulmonar por toracotomia convencional ou cirurgia robótica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carvalho, Erlon de Avila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5156/tde-30082021-110155/
Resumo: INTRODUÇÃO: A cirurgia torácica está associada à resposta inflamatória sistêmica (RIS) e liberação de elevados níveis de citocinas que são causadores de várias complicações no pós-operatório. A cirurgia torácica minimamente invasiva foi desenvolvida com o intuito de minimizar essas complicações, pois apresenta uma menor resposta inflamatória. A eletroestimulação do nervo vago (EV) é capaz de modular a via neural anti-inflamatória e a liberação exacerbada de citocinas reduzindo a RIS e as complicações associadas. OBJETIVOS: Determinar se a EV no período de pós-operatório imediato de cirurgia torácica com ressecção pulmonar por toracotomia e cirurgia robótica em suínos modula a liberação de citocinas pró-inflamatórias e avaliar os efeitos da EV na função imunológica; prevenção de complicações cardiopulmonares e perfusão hemodinâmica. MÉTODO: Estudo experimental em suínos com 4 grupos, Grupos 1 e 2 Toracotomia Com Estímulo Vagal (CEV) e Toracotomia Sham e; Grupos 3 e 4 Robótica CEV e Robótica Sham. Total de 24 animais, com 6 animais em cada grupo. As amostras sanguíneas foram coletadas nos níveis basais de cada animal no preparo anestésico, no período pós-operatório imediato, de 4/4 horas até completar 24 horas. Foi estimulado o nervo vago com 3,5 mA 5 Hz iniciada antes da ressecção pulmonar e continuamente até completar 24 h. Foram analisadas as dosagens de citocinas imunológicas, pró e anti-inflamatórias no soro, lavado broncoalveolar e parênquima pulmonar. As análises estatísticas descritivas para os dados quantitativos foram realizadas apresentado às médias acompanhadas dos respectivos desvios padrão (+dp). Os pressupostos da distribuição normal em cada grupo e a homogeneidade das variâncias entre os grupos foram avaliados respectivamente, com o teste de Shapiro-Wilk e com o teste de Levene. As variáveis quantitativas, onde foram analisados três fatores (Cirurgia, Estímulo e tempo), foi utilizada a Análise de Variância de Três Fatores de medidas repetidas para um único fator (Tempo). Para as variáveis quantitativas, onde foram analisados dois fatores (Cirurgia e Estímulo), foi utilizada a Análise de Variância de Duplo Fator. Todas as análises foram realizadas no software SPSS 21 com nível de significância de alfa=0,05. RESULTADOS: O EV diminuiu as complicações clínicas na comparação entre os Grupos Toracotomia CEV x Sham com menos dessaturação (p=0,015), bradicardia e BAV 2º grau (p=0,015). O EV aumentou os níveis de citocinas imunológicas do BAL na comparação Toracotomia CE x Sham em GM-CSF (p=0,019), IFN y (p=0,013) e IL 2 (p=0,031) e no grupo Robótica CE x Sham o EV diminuiu IL6 no BAL (p=0,035) e aumentou em Toracotomia CE x Sham os níveis de IL12 (p=0,007) no parênquima pulmonar. CONCLUSÃO: A estimulação vagal exerceu um efeito imunomodulador no parênquima pulmonar diminuindo a resposta inflamatória local, principalmente por ativação de citocinas antinflamatórias e consequentemente reduzindo episódios de dessaturação, hipóxia e hipercapnia. Mostrou um efeito cardioprotetor com menor risco de bradicardia e BAV de segundo grau e teve efeito imunomodulador mais evidente no grupo Toracotomia, o qual apresentou resposta inflamatória mais exuberante