Enriquecimento de uma floresta em restauração por meio da semeadura direta e introdução de plântulas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nahssen, Maria Helena Cury
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-19032019-153333/
Resumo: O enriquecimento assistido é uma alternativa possível para se aumentar as chances de autoperpetuação de florestas em processo de restauração ecológica que foram implantadas por meio de uma combinação inadequada de espécies, inseridas em matrizes pouco permeáveis à fauna e à flora e que passaram por um intenso histórico de perturbação. No entanto, técnicas de baixo custo para o enriquecimento de áreas em restauração ainda são pouco estudadas, havendo demanda de pesquisas para as diferentes fitofisionomias florestais e espécies nativas pertencentes aos grupos sucessionais. Neste contexto, o presente trabalho visa avaliar a viabilidade e a eficiência da semeadura direta e da introdução de plântulas de espécies arbóreas de diversidade para o enriquecimento de uma área em processo de restauração a 14 anos, situada na fitofisionomia Floresta Estacional Semidecidual, município de Mogi-Guaçu-SP. Foram utilizadas sementes e plântulas de sete espécies arbóreas (cinco secundárias iniciais - Centrolobium tomentosum Guillem. ex Benth.; Chrysophyllum gonocarpum (Mart e Eicheler). Engl; Lafoensia pacari Saint-Hilaire; Astronium graveolens Jacq.; Pterogyne nitens Tul. e duas clímaces - Hymenaea courbaril L.; Eugenia involucrata DC.) que foram introduzidas em áreas com diferentes níveis de luz (borda e interior da floresta). A técnica de introdução de plântulas resultou em uma taxa de estabelecimento após um ano mais elevada (25,71%) do que a semeadura direta (8,61%). Os indivíduos da maior parte das espécies tiveram pequeno incremento em altura ao longo de um ano. A linha de enriquecimento situada no interior da área em restauração apresentou maior densidade em comparação às linhas da borda para ambas as técnicas. Contudo, as repostas variaram entre as espécies, sugerindo que a introdução de propágulos em diversos microssítios pode ser a alternativa mais adequada. A emergência das plântulas foi positivamente relacionada ao peso da semente, isto é, as espécies com sementes mais pesadas tiveram um maior número de plântulas emergentes do que as espécies com sementes de peso intermediário e mais leves. A semeadura direta apresentou melhor custo-efetividade do que a introdução de plântulas pois, mesmo precisando de uma maior densidade de propágulos para se obter o número desejado de indivíduos estabelecidos, seus custos ainda são inferiores. No entanto, ainda faltam sementes em quantidade e de qualidade no mercado, assim como conhecimentos acerca do desempenho das espécies utilizando ambas as técnicas testadas. Concluiu-se que tanto a semeadura direta, quanto a introdução de plântulas se mostraram técnicas viáveis para o enriquecimento inicial de uma área em restauração, mas a efetividade ecológica e econômica das mesmas pode ser melhorada por meio de introduções dos propágulos em diferentes períodos da estação chuvosa e pelo aumento da densidade de propágulos a serem introduzidos em campo, desde que ainda seja vantajoso economicamente. Futuros estudos também poderiam explorar diferentes ações que garantam a sobrevivência das plântulas após o plantio, como aclimatação das plântulas antes da introdução em campo e adubações adequadas para a formação de um torrão bem agregado.