Mecanismos envolvidos no efeito anticarcinogênico da desnervação mientérica do cólon

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Minto, Stefania Bovo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
BAC
DMH
SNE
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17143/tde-06122021-144422/
Resumo: A desnervação experimental do plexo mientérico pelo cloreto de benzalcônio (BAC) possui mecanismos protetores sobre a carcinogênese do cólon. Embora vários autores demonstrem que a desnervação pelo BAC desenvolva alguma ação protetora no trato gastrointestinal, seus mecanismos ainda não foram bem estabelecidos. Dessa forma, o objetivo do presente estudo é estabelecer os mecanismos pelos quais o BAC protege contra a carcinogênese experimental colônica induzida quimicamente. Para isso, ratos ou camundongos foram expostos aos carcinógenos Metil-N-nitro-N-nitroso-guanedina (MNNG 60 mg/kg) ou dimetilhidrazina (DMH 125 mg/kg) para desenvolvimento da carcinogênese colônica, enquanto o surfactante BAC (0,3% ou 1,5 mM) foi utilizado para ablação do plexo mientérico. Um anel de silicone foi posicionado ao redor do cólon esquerdo, abaixo do reflexo peritoneal para execução do modelo experimental de megacólon obstrutivo. Assim, os animais foram divididos em três experimentos distintos, a fim de avaliar: i. associação do modelo de megacólon obstrutivo à desnervação; ii. o papel do sistema nervoso entérico (SNE) e de espécies reativas do oxigênio (EROs) no efeito protetor da desnervação com BAC contra o câncer colorretal (CCR) e iii. o papel do Receptor de potencial transitório vanilóide - Tipo 1 (TRPV1) na carcinogênese colônica em animais TRPV1-/-. Após os experimentos, foram avaliados os níveis de malondialdeído (MDA) e glutationa reduzida (GSH) colônicos, para determinação do papel de EROs na desnervação associada à carcinogênese. Além disso, foi realizada a técnica de imunoistoquímica para detecção de células positivas para a histona &gamma;H2AX (&gamma;H2AX), antígeno nuclear de proliferação celular (PCNA), &beta;-galactosidase, ciclooxigenase-2 (COX-2), ubiquitin C-terminal hydrolase L1 (UCHL1) e receptor de potencial transitório vanilóide do tipo 1 (TRPV1). O número de criptas displásicas também foi analisado nesse estudo. Como resultado, a desnervação com BAC foi capaz de diminuir &gamma;H2AX, PCNA, &beta;-galactosidase, UCHL1, MDA e COX-2 (P<0,05). Em contraponto, aumentou os níveis de expressão de GSH e TRPV1. Também foi encontrado um aumento no número de criptas displásicas em animais TRPV1-/-. Em conjunto, nossos achados sugerem que a desnervação - e não o megacólon obstrutivo - protege contra o câncer, além de elucidar os mecanismos pelos quais essa proteção ocorre, envolvendo principalmente a redução de estresse oxidativo, da expressão de COX-2 e aumento da expressão de TRPV1.