Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Paixão, Patricia Coelho da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-04022025-121610/
|
Resumo: |
De acordo com o relatório recente da ONU-Habitat (2021), um quarto da população mundial vive em favelas e assentamentos informais. No Brasil, o país mais populoso da América Latina, de acordo com o último Censo de 2022, tem 11.403 favelas, onde vivem aproximadamente 16 milhões de pessoas e 6,6 milhões de domicílios (IBGE, 2023). Isso significa um aumento de 40% no número de pessoas que vivem em favelas no país, considerando o censo de 2010, sendo a cidade do Rio de Janeiro (latitude 23ºS) o maior território coberto por favelas do país, o percentual de domicílios informais em favelas era de aproximadamente 19%, e representava 763 favelas. Após dados divulgados pela Prefeitura, este número aumentou para 1074 favelas na cidade (DATA.Rio, 2023). Dadas as condições quentes e úmidas predominantes do clima tropical chuvoso do Rio de Janeiro, a ventilação natural constante acompanhada de sombreamento são estratégias fundamentais de projeto de edifícios para o conforto térmico no Rio de Janeiro. A típica compactação do uso do solo aliada à falta de vegetação, à impermeabilização do solo urbano e à materialidade típica do ambiente autoconstruído, predominantemente com telhados metálicos, paredes de tijolos aparentes e ruas e calçadas cimentadas ou asfálticas, acabam agravando as condições microclimáticas locais das cidades quentes e úmidas tropicais e subtropicais brasileiras, ao acumular e reter o calor da radiação solar incidente. Além disso, esta arquitetura não tem sombreamento externo e nem suas janelas promovem ventilação favorável, aumentando os ganhos de calor internos. Com foco no conforto térmico, considerando a qualidade ambiental, o objeto deste trabalho é o desempenho térmico das moradias autoconstruídas na comunidade do Morro Azul, na cidade do Rio de Janeiro. Para isso, os estudos desta pesquisa buscaram identificar estratégias passivas, ou seja, estratégias voltadas para as características construtivas e espaciais do edifício existente, de intervenções do ambiente construído para se chegar no conforto térmico, detalhando e aplicando essas soluções em um caso real, a casa de um morador desta comunidade, podendo ser aplicada e projetada para outras casas, com o mesmo tipo de clima. Os trabalhos de pesquisa desta tese se baseiam fundamentalmente em um conjunto de atividades de pesquisa de campo, analíticas e propositivas (indicação de soluções projetuais). Nos estudos analíticos envolvem simulações de desempenho térmico de um caso-base e uma série de variações deste caso onde são testadas alternativas para melhoria do desempenho. Tanto os resultados da pesquisa de campo quanto a analítica alimentaram a formulação de soluções projetuais que tratam de componentes de cobertura e vedações verticais, tais como paredes e aberturas (janelas). É possível através da aplicação de estratégias passivas na construção do edifício residencial na favela no Rio de Janeiro, levar conforto ambiental anulando a dependência dos sistemas artificiais apenas com intervenções arquitetônicas, sem a desconfiguração da forma urbana. Destacando assim que não é preciso desconstruir para construir novamente e reduzindo a necessidade do condicionamento artificial (comumente visto inclusive na cidade informal). |