Cultivo in vitro de cerejeira-do-Rio-Grande (Eugenia involucrata DC.) e de cambucizeiro (Campomanesia phaea (O. Berg) Landrum)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira Junior, Marcelo Almeida de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-14092021-144425/
Resumo: A biodiversidade brasileira é uma das mais ricas do mundo, apresentando, nos diferentes biomas que compõe sua flora, diversas espécies frutíferas com grande valor de exploração comercial. A Mata Atlântica, terceiro maior bioma do país, é considerada um hotspot mundial de conservação e diversidade biológica, contendo um grande número de frutas nativas, entre elas, espécies da família Myrtaceae, a exemplo da cerejeira-do-Rio-Grande (Eugenia involucrata DC.) e do cambucizeiro (Campomanesia phaea (O. Berg) Landrum). Essas espécies apresentam grande potencial para uso comercial, além de extrema importância ao reflorestamento e arborização urbana. A cerejeira-do-Rio-Grande e o cambucizeiro produzem frutos de alta riqueza nutricional, podendo serem comercializados in natura ou processados, contribuindo com a diversificação de produção de fruticultores brasileiros. A multiplicação comercial dessas fruteiras é realizada por sementes, e é dificultada devido ao baixo potencial de armazenamento das sementes. Os métodos convencionais de multiplicação assexual em ambas fruteiras são ineficientes, e estudos visando as suas otimizações são escassos. A micropropagação, multiplicação de plantas através de técnicas de cultivo in vitro, vem a ser uma alternativa na produção de mudas comerciais em larga escala dessas fruteiras. Frente ao exposto, buscou-se, com a realização desse trabalho, estabelecer protocolos de germinação e multiplicação in vitro de cerejeira-do-Rio-Grande utilizando-se de explantes nodais advindos de plântulas germinadas em condições assépticas e avaliar os diferentes processos e componentes do meio de cultura para estabelecimento e multiplicação in vitro de explantes nodais e foliares de cerejeira-do-Rio-Grande e de cambucizeiro, provenientes de plantas cultivadas em estufa. As melhores condições de germinação e desenvolvimento das plântulas de cerejeira-do-Rio-Grande são quando cultivadas em meio MS suplementado com 15 g L-1 de sacarose, a partir de sementes sem tegumento, e cultivadas no escuro; na indução de brotação é indicado o uso de 2,5 mg L-1 de 6-benzilaminopurina (BAP) em meio de cultura JADS; no subcultivo os melhores resultados foram obtidos pela adição de 1,0 a 2,5 mg L-1 de BAP; finalmente, é possível se obter altas taxas de enraizamento das brotações quando utilizados os meios de cultura WPM, ½ WPM, ¼ WPM e JADS sem adição de reguladores. A aclimatização das mudas propagadas é obtida pelo uso de substrato comercial (a base de casca de pinus, turfa e vermiculita) em mistura com vermiculita na proporção 1:1. Para o cultivo in vitro de explantes de plantas mantidas em estufa de cerejeira-do-Rio-Grande, para menor taxa de contaminação, oxidação e maior sobrevivência de explantes nodais, deve-se realizar a coleta no outono, realizando-se a assepsia com hipoclorito de sódio (NaClO) a 1,25% de cloro ativo. A adição de 1,0 mg L-1 de BAP na presença de 0,1 mg L-1 de ANA (ácido naftalenoacético) e 2,5 mg L-1 de BAP auxiliam o alongamento das brotações, os meios de cultura ½ MS, ¼ MS, WPM, ½ WPM, ¼ WPM, JADS e SP apresentaram os melhores resultados na indução e desenvolvimento de brotações. Para explantes foliares de cerejeira-do-Rio-Grande, a assepsia com NaClO a 0,75% de cloro ativo foi eficiente, não foi sendo identificada morfogênese em discos foliares. No cultivo in vitro de explantes de origem de plantas mantidas em estufa de cambucizeiro, explantes nodais devem ser coletados no outono, e a assepsia deve realizada com NaClO a 1,25% de cloro ativo; no estabelecimento do cultivo in vitro, deve se adicionar ao meio de cultura 2,0 mg L-1 de nitrato de prata (AgNO3) e realizar troca do meio de cultura aos 20 dias. A adição de 2,5 mg L-1 de BAP promoveu maior obtenção de brotações; os meios MS, ½ MS, ¼ MS, WPM, ½ WPM, JADS e SP Modificado apresentaram os melhores resultados na indução e desenvolvimento das brotações. O subcultivo das brotações foi dificultado pelo amarelecimento e senescência. Em explantes foliares, a melhor assepsia foi obtida pelo uso de NaClO a 0,75% e o estabelecimento dos discos foliares necessitou da adição de 1 g L-1 de polivinilpirrolidona (PVP). Não houve respostas morfogênicas em discos foliares de cambucizeiro.