Tecidos de poliéster e suas implicações para confecção de jalecos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bim, Felipe Lazarini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-20112019-163127/
Resumo: A literatura científica reporta a contaminação microbiana dos jalecos utilizados por profissionais da saúde, no entanto não há consenso relacionando seu uso com a redução da exposição microbiana por risco ocupacional. O objetivo desta pesquisa foi avaliar tecidos de poliéster (oxford e microfibra) utilizados na confecção de jalecos, quanto à função de barreira física contra fluido e bactérias, nas perspectivas e desafios do controle de infecção na área da saúde. Trata-se de um estudo do tipo experimental / laboratorial in vitro realizado em três etapas. Na primeira etapa, os tempos de passagem do fluido através dos tecidos foram cronometrados e registrados em segundos desde o início do escoamento do fluido até as formações e quedas das últimas gotas. Na segunda etapa (microbiológica), inóculos padronizados das bactérias padrão de Staphylococcus aureus (ATCC 25923) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853) foram adicionadas ao fluido. Decorrida a passagem do fluido através dos tecidos, alíquotas de 50µL in natura e diluídas (10-1 a 10-5) foram semeadas na superfície de placas de Petri (60x15mm) com meios de cultura seletivos, incubadas a 37°C por 24h e o número de unidades formadoras de colônia das bactérias expresso por mililitro do fluido (UFC/mL). Na terceira etapa, as características estruturais dos tecidos e a retenção bacteriana foram analisadas por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os dados obtidos foram submetidos aos testes de normalidade (Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk) e, posteriormente, ao teste de U de Mann-Whitney por meio do software IBM SPSS Statistics (versão 25) e nível de significância ?=5%. A comparação entre as medianas dos tempos de passagem do fluido através dos tecidos de oxford e microfibra demonstrou diferença estatisticamente significante (p<0,001) independente das variáveis envolvidas (tecidos limpo ou limpo e passado, e tecidos autoclavado ou não autoclavado). Na etapa microbiológica, não foi observada diferença entre as medianas das cargas bacterianas dos tecidos de oxford e microfibra após a passagem do fluido com S. aureus (p=0,056) e P. aeruginosa (p=0,320). As análises por MEV permitiram evidenciar estruturas com formas irregulares e de cristal, bem como espaços (macroporos) entre os fios dos tecidos de oxford, que permitiram um menor tempo de passagem do fluido através do tecido. No entanto, não foi constatada a presença bacteriana na superfície dos tecidos. Em conclusão, diante dos dois tipos de tecidos utilizados na confecção de jalecos, o de microfibra apresentou maior tempo de passagem do fluido comparado ao de oxford, em decorrência das diferenças estruturais desses tecidos. Entretanto, a função de barreira física bacteriana após a passagem do fluido através dos tecidos não foi observada, o que reforça a necessidade de substituição do jaleco quando esse entra em contato com fluidos biológicos, visando à biossegurança: controle de contaminação/infecção na área da saúde