Esvaziamento gástrico em recém-nascidos prematuros e estudos em modelo animal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferreira, Cristina Helena Faleiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-24072018-150904/
Resumo: A intolerância gástrica em recém-nascidos prematuros constitui um grande desafio no cuidado neonatal, levando ao uso prolongado de nutrição parenteral e cateteres venosos centrais, aumentando a taxa de infecções neonatais graves e o tempo internação hospitalar dessas crianças. O atraso na maturação da função motora é apontado com o fator determinante da intolerância alimentar dessa faixa etária e a presença de resíduos gástricos a sua principal manifestação clínica. Estudos em adultos mostraram que a velocidade de esvaziamento gástrico é volume dependente, mas em recém-nascidos prematuros este fator não foi adequadamente estudado. O objetivo desse estudo foi avaliar a correlação entre velocidade de esvaziamento gástrico e volume gástrico (em recém-nascidos humanos e ratos), avaliar a influência de fatores pré, peri e pós-natais no esvaziamento gástrico (em recém-nascidos humanos) e estudar os mecanismos fisiológicos que poderiam explicar o efeito do volume na velocidade de esvaziamento gástrico (em ratos). No estudo em humanos, foi realizada a medida da velocidade de esvaziamento gástrico de 20 crianças com idade gestacional entre 28 e 32 semanas através de ultrassonografia, realizada antes e depois da infusão da dieta por sonda orogástrica no primeiro mês de vida. No estudo animal, foi avaliada a velocidade de esvaziamento gástrico de 89 ratos com idade entre 1 e 21 dias através em diferentes tempos de separação materna. Em ambos estudos foi utilizado método de ultrassonografia para estimativa dos valores de esvaziamento gástrico. No modelo animal foram realizadas também medidas de força de contração muscular para diferentes graus de estiramento da parede gástrica. A velocidade de esvaziamento gástrico mostrou correlação importante com o volume gástrico em humanos ((R2 = 0,66 p<0,01) e em ratos (R2 = 0,43 p<0,01) e as crianças com mais de uma semana de vida esvaziam em média 50% do volume oferecido nos primeiros 30 minutos após o término da mamada. As medidas in vitro em ratos mostraram que a contração muscular gástrica induzida por agonista foi diretamente proporcional ao grau do estiramento da parede gástrica e foram mediadas através da via ROCK-2. Em recém-nascidos humanos e ratos o volume gástrico é fator determinante da velocidade de esvaziamento gástrico. Nos ratos, o esvaziamento gástrico não é dependente da idade, mas sim do volume gástrico através da ativação da via ROCK-2, estimulada pelo estiramento da parede gástrica. Em humanos, tipo de leite, uso de ventilação mecânica, tipo de parto, uso de corticosteroide antenatal, uso de antibióticos e/ou antifúngicos, uso de fototerapia não influenciaram a velocidade de esvaziamento gástrico.