Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Silva, Adriana Figueiredo da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-05012015-113355/
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Resumo: |
Espécie típica da floresta amazônica, a castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa, H.B.K.) é uma commodity selvagem, que se destaca na economia regional por ser um produto de alto valor econômico nos mercados nacional e internacional. Apresenta também reconhecido valor nutricional, decorrente de sua composição em lipídeos, proteínas e vitaminas, além de constituir uma excelente fonte de selênio. Entretanto, as condições climáticas em que esta cultura se insere, o baixo nível tecnológico característico de sua cadeia produtiva e as condições inadequadas de manejo e manuseio favorecem a contaminação por aflatoxinas, como também, a deterioração por oxidação por ser um alimento constituído de 60 a 70% de lipídeos. Estas deficiências no processo de extrativismo geram problemas para indústria processadora, que deve fornecer ao consumidor um produto de qualidade nutricional e sanitária. Este estudo objetivou caracterizar a castanha-do-brasil em diferentes etapas do processamento, como também avaliar a sua qualidade ao longo do beneficiamento. Foram analisadas amostras coletadas em 3 etapas, ao longo do processamento industrial, representando o ínicio do processamento (castanha in natura), fase intermediária (castanha dry) e fase final (amêndoas desidratadas). Em cada etapa foram realizadas 8 repetições de amostragens. A composição nutricional foi mantida ao longo do processamento, com predominância do ácido graxo linolênico (ômega-6) nas amostras. O índice de acidez da fração lipídica apresentou resultados satisfatórios, que se encaixam dentro dos limites da legislação vigente para óleos brutos extraídos a frio, com 2,20±0,84, 2,48±0,97 e 0,18±0,07 mg KOH/g de óleo para a castanha in natura, dry e amêndoa desidratada respectivamente. O índice de peróxido da fração lipídica nas amostras in natura apresentaram média de 0,018±0,010 mmol/kg, dry 0,032±0,011mmol/kg e na amêndoa desidratada 0,044±0,011 mmol/kg. Mesmo com o aumento do teor de hidroperóxidos em função do processamento, todas as amostras estão dentro dos padrões estabelecidos na legislação brasileira. Os resultados para absorbância em luz ultravioleta a 232 nm corroboram os resultados da formação de peróxidos, com diferença significativa entre as amostras. Os valores apresentados pelas castanhas in natura, dry e amêndoa desidratada foram de 2,14±0,28, 1,60±0,47 e 3,08±0,37 E1% 1cm, respectivamente. Apesar das diferenças entre indicadores do estado oxidativo das amostras, não houve diferença significativa na estabilidade oxidativa da fração lipídica, quantificada pelo período de indução em Rancimat, cuja média foi de 4,29 horas. A composição em ácidos graxos das amostras também foi similar, sem diferenças significativas entre grupo de ácidos graxos saturados, monoinsaturados e polinsaturados. Em todas as amostras os resultados para coliformes em termos de E. coli foram menores que 1 NMP/g, e ausência de Salmonella em 25 g de castanha. Entretanto, elevados índices de contaminação por aflatoxinas foram encontrados. Apenas 5 das 24 amostras estavam dentro dos limites estabelecidos nas legislações brasileiras e da União Europeia. Contudo, a presença de contaminação por aflatoxinas nas amostras de amêndoas desidratadas, foi reduzida significativamente, após as etapas de seleção e classificação das castanhas. Por meio destes resultados concluímos que as etapas do processamento interferem positivamente na qualidade da castanha-do-brasil. |