A febre maculosa brasileira em São Bernardo do Campo - Região Metropolitana de São Paulo: a ecoepidemiologia como elemento norteador do componente educativo para prevenção e promoção de saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ferreira, Marco Aurélio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6142/tde-07102024-150937/
Resumo: Introdução: A Febre Maculosa Brasileira (FMB) é uma doença transmitida por carrapatos do gênero Amblyomma infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. Nas últimas décadas, houve maior importância para a doença no Brasil, fundamentada pelo aumento do número de casos diagnosticados, as elevadas taxas de letalidade e a expansão das áreas de transmissão. Na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), a presença do Amblyomma aureolatum, o cão doméstico e a ocupação em áreas de Mata Atlântica degradada têm um papel fundamental na transmissão da doença. Objetivo: Apresentar a ecoepidemiologia da FMB no município de São Bernardo do Campo, Região Metropolitana de São Paulo, por meio de análise situacional e propor diretrizes para as intervenções de educação em saúde para o enfrentamento da doença. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo dos casos, e do tipo ecológico permitindo descrever a geografia e fauna em especial cães e carrapato, bem como áreas degradadas, com descrição dos casos autóctones desde a notificação do primeiro caso, identificando áreas de risco, e pesquisa documental, por meio da análise descritiva dos materiais e ações desenvolvidas no município. Resultados: Entre os anos de 2001 e 2023, foram confirmados 40 casos da doença, dos quais 55% eram do sexo masculino; com presença da doença em população jovem (62,5% em pessoas com vinte anos ou menos); a taxa de letalidade no período foi de 70%. A ocorrência de casos apresentou tendência de queda apartir de 2011 e aumento da letalidade. Os principais sinais e sintomas foram febre (87,5%), em 50% dos casos, os pacientes apresentavam mialgia, prostração e fadiga. O tempo médio entre os primeiros sintomas e a internação foi de 5 dias e parasitismo foi relatado por 55% dos indivíduos, 77,8% dos pacientes que evoluiram para óbito relataram possuir animais de estimação. As áreas estudadas foram classificadas de acordo com os casos autóctones confirmados e a ecologia. A principal área de transmissão de FMB é a região do Grande Alvarenga 1, com degradação ambiental na qual ocorreram 62,5% dos casos. 80% da letalidade foi observada na área 3 Região Alves Dias e Cooperativa, caracterizadas por área com pequenos fragmentos de mata e o adensamento populacional é maior que a mata remanescente. Do total de dez áreas que compõem o município, três foram classificadas como de transmissão, uma de risco e seis silenciosas. Por meio da identificação dos carrapatos trazidos pela população aos serviços, identificou-se que o A. aureolatum correspondeu a 23,2%. Foram descritos materiais educativos e ações voltadas à comunidade, desenvolvidos por profissionais de saúde. Conclusão: Existem condições para a ocorrência de FMB no município uma vez que existe presença do vetor, do agente infeccioso, de casos autóctones e de áreas degradadas. Ações educativas podem promover conhecimento sobre a doença, o parasitismo por carrapatos, e os encaminhamentos adequados para ações de vigilância.