Associação da posição canguru e de fatores perinatais com o aleitamento materno exclusivo à alta ambulatorial do Método Canguru em recém-nascidos de muito baixo peso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Guilherme, Jefferson Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-27052020-075427/
Resumo: Introdução: O leite materno é o melhor alimento a ser oferecido aos recém-nascidos, mesmo para aqueles prematuros de muito baixo peso (<1500g). A imaturidade e a fragilidade inerentes a estes recém-nascidos, somadas às intercorrências clínicas, dificultam ou impossibilitam o estabelecimento da amamentação. O Método Canguru oferece inúmeras vantagens, como diminuição da mortalidade e aumento das taxas de aleitamento materno. Neste estudo foi feita a hipótese de que a maior frequência da posição canguru durante a fase ambulatorial do Método estaria associada com aumento das taxas de aleitamento materno exclusivo. Métodos: estudo observacional, retrospectivo, analítico em que foram acompanhados 362 neonatos de muito baixo peso da Maternidade Ana Braga, Manaus-AM, do nascimento até a alta ambulatorial do Método Canguru (quando completam peso > 2500g), durante o período de janeiro de 2016 a dezembro de 2018. Fatores perinatais, maternos, neonatais e referentes à internação também foram estudados. A exposição e o desfecho foram dispostos em um gráfico acíclico direcionado (Directed Acyclic Graph - DAG) para estabelecer as relações entre as variáveis e ajustá-las. Os riscos relativos para a não manutenção do AME foram calculados, por meio do ajuste de modelos de regressão logística binomiais. Resultados: 64,6% dos lactentes receberam alta do ambulatório em aleitamento exclusivo (AME), 27,6% em aleitamento misto e apenas 7,7% em uso de fórmula exclusivamente. Após ajuste para as variáveis de confusão, reveladas no DAG, foi demonstrada ausência de associação entre posição canguru e desfechos da amamentação, na amostra analisada. Das 22 variáveis testadas, sete associaram-se com aumento do risco de interromper o AME; nascer gêmeo apresentou RR 1.68 (IC95% 1.20-2.36); pesar menos de 1000g, RR 1.76 (IC 95% 1.33-2.32). O tempo de internação acima de 2 meses aumentou o risco de interrupção do AME em 78% (RR 1.78; IC95% 1.36-2.33) e permanecer intubado por mais de 7 dias elevou o risco em 32% (RR 1.32; IC95% 1.06-1.64). Fatores da fase ambulatorial, como usar mamadeira para oferecer suplemento, aumentou o risco em 3.7 vezes (RR 3.7; IC95% 2.83-4.88) e usar copo, 66% (RR 1.66; IC95% 1.27-2.20). Conclusão: Não foi possível estabelecer a associação da posição canguru com manutenção de aleitamento materno por falta de aferição do tempo preciso de posicionamento no domicílio. Os determinantes de interrupção do aleitamento materno exclusivo neste estudo foram: nascer com menos de 28 semanas, com menos de 1000g, permanecer internado por mais de 2 meses e necessitar de ventilação mecânica por mais de 7 dias, ser gêmeo e fazer uso de mamadeira ou copo na fase ambulatorial do método. Fatores associados à permanência do aleitamento materno entre RNMBP ainda necessitam ser elucidados com novas pesquisas.