Potencialidade de um novo sistema de cruzamento a nível interpopulacional, com progênies de meios irmãos de milho (Zea mays L.)

• Ano de defesa: 1984
• Autor(a) principal: Mota, Milton Guilherme da Costa
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: CRUZAMENTO VEGETAL; MILHO; PROGÊNIES
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20210104-185535/

Com este trabalho pretende-se propor um novo sistema de cruzamento a nível interpopulacional e ao mesmo tempo contribuir com algumas respostas a problemas de natureza prática que estão afetando a eficiência de seleção de híbridos nas condições brasileiras. Para tanto, avaliaram-se 300 híbridos de progênies de meios-irmãos (MI) produzidos de 50 progênies previamente selecionadas (C1) e 50 progênies não selecionadas (C2), de cada uma das populações, Piranão-VD2 e Piranão-VFl, respectivamente. As progênies foram cruzadas aos pares segundo três arranjos de cruzamento: decrescente (A1), inverso (A2) e aleatório (A3). Em cada par de progênie foram realizados vários cruzamentos planta a planta, sendo o par de progênie representado por uma mistura de sementes de cada cruzamento. Os ensaios foram conduzidos em Piracicaba no ano de 1981/82, de acordo com o delineamento em látice. Cada arranjo se constituiu num experimento com 100 híbridos MI x MI, sendo 50 de progênies C1 e 50 de progênies C2. Diferenças significativas foram observadas entre as médias dos híbridos quanto ao efeito da seleção prévia, do arranjo de cruzamento e da interação de ambos. Com relação ao efeito da seleção previa, os híbridos de C1 foram, em média, 360 Kg/ha (4,9%) superiores aos híbridos de C2. Quanto ao efeito de arranjo não se verificou diferença significativa entre A1 e A2, sendo estes diferentes à A3; observou-se uma tendência de produção para A1> A2 > A3. De modo geral os efeitos heteróticos mostraram-se imprevisíveis, mas tratando-se de progênies C1, estes efeitos foram melhor explorados no arranjo A1 e A2, e de progênies C2, no arranjo A1. Os 300 híbridos avaliados, produziram em média 12,8% mais que a testemunha (Piranão-VD2), sendo 87% desses híbridos superiores a esta variedade. Se forem selecionados os dez melhores híbridos dos 300 (intensidade de seleção de 3,3%), cinco pertencerão ao arranjo A1, quatro à A2 e um à A3; sete serão de progênies C1 e três de progênies C2. Se forem consideradas apenas as progênies C1, dos dez melhores híbridos (intensidade de seleção de 6,6%), seis pertencerão à A1, três à A2 e um à A3. O progresso genético médio esperado por seleção de híbridos MI x MI, com intensidade de seleção de 20%, foi de 13,2%. O esquema de cruzamento produziu dois tipos de progênies, irmãos germanos (IG) e meios primos duplos (MPD), e os híbridos MI x MI expressam 0,1786 σ2A(12) + 0,0624 σ2D(12). Estimou-se, com uma intensidade de seleção de 20%, um progresso genético esperado por seleção recorrente recíproca nos limites 11,5% até 15,6%. Obtiveram-se estimativas de capacidade de combinação (c.c.) das progênies e estabeleceu-se um método de previsão do comportamento de híbridos MI x MI. Encontrou-se que com base na c.c. melhores híbridos deverão ser produzidos quando cruzam-se progênies C2 de Piranão-VD2 com progênies C1 de Piranão-VF1. Quando selecionou-se os dez melhores híbridos MI x MI potenciais de 10.000 (intensidade de seleção de 0,1%) eles produziram, em média, 85% mais que Piranão-VD2. Foram dadas evidências: de que a divergência genética é um fator importante para produção de híbridos MI x MI superiores entre as duas populações; de que o sistema de cruzamento tem potencialidade para ser adaptado, com vantagem, aos métodos de melhoramento e obtenção de híbridos de milho e outras culturas; e, de que é importante desenvolver experimentos exploratórios como este. Com base neste sistema, propõe-se vários procedimentos de melhoramento a nível inter-populacional.