Modularização e processo adaptativo na aquisição de habiliades motoras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Basso, Luciano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-07122023-091913/
Resumo: O presente estudo teve como objetivo investigar como habilidades previamente adquiridas são utilizadas na aquisição de uma nova habilidade motora. Com base nos pressupostos teóricos foi possível estabelecer duas hipóteses: na primeira, a habilidade adquirida seria mantida na integra (manutenção da macroestrutura) na nova habilidade, de acordo com a hipótese da modulariza9ao; na segunda, a habilidade adquirida seria parcialmente alterada na nova habilidade (altera9ao parcial da macroestrutura) de acordo com a hipótese da adaptação estrutural. Uma tarefa motora envolvendo toques unimanuais a alvos espacialmente dispostos foi utilizada com diferentes disposi9oes espaciais na tarefa mais complexa, com inser9ao de novos alvos a esquerda (GE) e a direita (GD). Para testar essas hipóteses foram conduzidos dois experimentos. com a ordem sequencial dos toques predeterminadas pelo próprio experimentador (experimento 1) e com a ordem sequencial dos toques estabelecida pelo próprio participante (experimento 2). Nos dois experimentos a instrução aos participantes foi de tocar, o mais rápido possível, os alvos de forma sequencial. Ambos experimentos consistiram de três etapas: fase de aquisição (aquisição da tarefa simples); teste de transferência (aquisição da tarefa complexa - tarefa simples mais a inclusão de dois novos alvos) e teste de retenção (tarefa complexa apos 15 minutos sem prática). As medidas utilizadas foram divididas em três grupos: de desempenho global - numero de tentativas erradas, tempo total de movimento; de macroestrutura - variabilidade do timing relativo, timing relativo de cada componente e variabilidade do timing relativo de cada componente; de microestrutura - variabilidade do tempo total de movimento, tempo de movimento de cada componente e variabilidade do tempo de movimento de cada componente. Os resultados do experimento 1, quando analisada a unidade básica, apresentaram tanto indícios favoráveis a hipótese da modularização (GD) quanto da adaptação estrutural (GE). Esses resultados podem ser explicados pelo maior nível de perturbação a que a unidade básica foi submetida no GE. Um outro aspecto importante foi a constatação de que o grupo que reestruturou a unidade básica apresentou tanto melhores resultados de desempenho global na tarefa mais complexa como uma macroestrutura mais consistente. No experimento 2, os participantes foram livres para estabelecer a sequencia de toques, isso levou a constituição de oito grupos (quatro grupos realizaram a inserção dos novos sensores a esquerda e outras quatro grupos realizaram a direita), definidos com base no padrão de sequencia de toques que cada participante realizou ao final da fase de aquisição. Os resultados do experimento 2 também apresentaram indicativos favoráveis às duas hipóteses, porém foi constatado que o grupo que alterou a estrutura da unidade básica (GD[A5]) teve a inserção dos elementos à direita, diferentemente do experimento 1. Com base nesses resultados, foi possível inferir que somente a forma de estrutura espacialmente a tarefa não foi suficiente para determinar o comportamento da unidade básica quando em uma nova tarefa mais complexa. O mesmo ocorreu na análise da tarefa mais complexa, pois tanto o desempenho global quanto a variabilidade da macroestrutura foram semelhantes entre os grupos. No seu conjunto, os resultados apontam na direção que o indivíduo pode utilizar tanto as estruturas adquiridas anteriormente sem alterá-las quanto reorganizá-las em novas estruturas. As condições que levam à predominância de um ou de outro resultado deve ser objetos de novas investigações