O projeto Nova Luz e a renovação urbana na região da Luz: o espaço urbano como condição e produto da acumulação e como espaço de reprodução da vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Pereira, Aglaé Vaz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-03022010-150953/
Resumo: Essa pesquisa tem como objetivo fundamental analisar o processo de produção e reprodução social do espaço urbano e como se processa o desenvolvimento da contradição entre apropriação/dominação do espaço urbano na metrópole São Paulo, em especial na Região da Luz, área central da cidade. Entender esse processo implica considerar, em sua diversidade, a realidade sócio-econômica, política e cultural vivenciada pelos habitantes, comerciantes e usuários da Região da Luz, que também traduz a dinâmica da sociedade capitalista contemporânea. No desenvolver da pesquisa foi necessário estabelecer uma mediação e esta se deu com a realização de vínculos de amizade com habitantes, usuários e comerciantes da área. A análise mostrou que na base do processo de produção e reprodução do espaço na metrópole São Paulo está a reprodução contraditória do espaço urbano. Enquanto Estado e iniciativa privada, de modo interligado e ou independente disputam o uso do espaço, transformando-o em instrumento de dominação, as pessoas de modo geral tendem a se apropriar do espaço para a sua reprodução da vida. Nesses momentos é possível a emergência das insurgências contra o concebido; o estabelecido pelas ações que normatizam o espaço. Dimensão relevante como ponto de partida para a compreensão dessa produção espacial foi a reflexão sobre o conceito de espaço elaborado ao longo da história e sua possibilidade de apropriação e de uso, enquanto necessidade premente para a vida. Como o espaço produzido pela sociedade capitalista é apropriado privativamente, o uso tende a subordinar-se à troca pela mediação do mercado. A produção da cidade se dá, portanto, no embate entre os interesses divergentes dos diferentes grupos e sob a intervenção do Poder Público. Essa pesquisa apontou a constante luta pela sobrevivência, diferenciadas formas de compreensão e participação na luta pela apropriação do espaço urbano e pelo direito à cidade; e, de modo especial, apontou que o uso do espaço conquistado se deu no lugar possível e traz a marca da segregação socioespacial verificada na metrópole São Paulo, o que justifica a continuidade da luta pelo território desejado.