Desafios impostos ao dermatófito Trichophyton rubrum pela sertralina, um fármaco utilizado como antidepressivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rocha, Flaviane Maria Galvão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17135/tde-11042024-102702/
Resumo: O número limitado de alvos celulares para os fármacos em uso, e a resistência a eles, dificulta o tratamento das infecções fúngicas. Trichophyton rubrum é responsável pela maioria das infecções cutâneas denominadas dermatofitoses, que representam um problema de saúde pública crescente. Por isso, a identificação de novos compostos com atividade antifúngica se faz necessária, mas seu desenvolvimento é demorado e caro. O reposicionamento de fármacos em uso apresenta-se como uma das abordagens de menor custo para sua implementação. Neste contexto, a sertralina (SRT), um antidepressivo, apresenta-se como candidato para prescrição como antifúngico. Nesse sentido, os efeitos do fármaco SRT no transcriptoma do dermatófito T. rubrum foram estudados através do sequenciamento de RNA (RNA-seq). A SRT revelou a expressão diferencial de genes e suas isoformas alternativas através do mecanismo de Splicing alternativo (SA) como um dos efeitos marcantes de sua toxicidade em T. rubrum. Foi prevalente a retenção de íntrons entre os eventos de SA. Os resultados obtidos com a dosagem de ergosterol evidenciaram que a membrana plasmática foi prejudicada. SRT também modulou genes que codificam enzimas relacionadas ao metabolismo energético fúngico, desintoxicação celular e defesa contra o estresse oxidativo. A SRT induz ou reprime a retenção de íntrons em genes que codificam para quinases, fatores de transcrição, transportadores, chaperonas, dentre outros, relacionados à patogênese e adaptação fúngica. Desta forma, foi confirmada a atividade antifúngica da SRT contra T. rubrum mostrando potenciais alvos para seu uso estratégico no tratamento das dermatofitoses.