Fluxos de dióxido de carbono em uma área de floresta na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Costa, Rafael Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11131/tde-20191218-174902/
Resumo: Medidas de fluxos e concentração de dióxido de carbono (CO2) foram coletadas durante dois períodos distintos na Amazônia Central, em uma torre micrometeorológica com 41,5m de altura, montada na Reserva Biológica do Rio Cuieiras, na Bacia experimental do rio Tarumã-Açu (2° 36'S, 60° 7'W, 52m) pertencente ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), distante cerca de 57 km ao norte de Manaus (AM). A primeira fase de coleta, chamada de período seco, teve a duração de oito dias (21 a 28/10/1995) com o registro de apenas 12,6mm de precipitação. A segunda fase, período chuvoso também com a duração de oito dias (15 a 22/02/1996) registrou 109,8mm de precipitação. Os fluxos de CO2 ocorreram da floresta para a atmosfera durante o período noturno até as primeiras horas da manhã (fluxos positivos), resultantes do predomínio do processo respiratório da vegetação. Durante o período diurno o fluxo de CO2 teve o sinal invertido, quando a absorção do CO2 atmosférico pela vegetação prevaleceu sobre a liberação (fluxos negativos), para utilização no processo de fotossíntese. Foram realizadas medidas em seis níveis distintos; 1; 9; 17,4; 25,3; 33,3 e 46,5m durante o período seco. No período seco, em média, foi registrado um valor de+ 12,9 µmol m-2 s-1 às 8 h, enquanto que no período chuvoso, este valor foi de + 11,4 µmol m-2 s-1 às 7 h. Para o período seco o valor registrado foi -14,5 µmol m-2 s-1 às 12 h, e para o período chuvoso -16,4 µmol m-2 s-1 às 11 h. Os fluxos médios de CO2 mostraram que, no período seco, houve absorção de -35,4 kg C ha-1 dia-1, e um fluxo de liberação de +21,8 kg C ha-1 dia-1, resultando em um balanço médio diário de -13,6 kg C ha-1 dia-1 (seqüestro). Durante o período chuvoso, a emissão média de carbono para a atmosfera foi de +32,3 kg C ha-1 dia-1, sendo que no mesmo período o seqüestro médio foi de -48,2 kg C ha-1 dia-1. O balanço de carbono na época chuvosa foi de -15,9 kg C ha-1 dia-1, mostrando que a floresta foi sumidouro de carbono durante os períodos estudados. Extrapolando-se a floresta retiraria da atmosfera aproximadamente -5 Mg C ha-1 ano-1com as taxas de seqüestro obtidas no período seco, e cerca de -5,8 Mg C ha-1 ano-1 com os valores da época chuvosa, o que representa aproximadamente 16 % mais carbono absorvido pela vegetação na época chuvosa do que na seca. A taxa média de seqüestro de carbono pela vegetação· obtida neste trabalho, de aproximadamente -5,4 Mg e; ha-1 ano-1 , se expandida para a área total da Amazônia (cerca de 5x108 ha), atingiria -2,7 Pg C ano-1. Uma mitigação de carbono atmosférico desta proporção ajudaria a explicar, em parte, o chamado carbono desaparecido "missing carbon" apresentado nos balanços globais. As concentrações médias de CO2 acima da floresta foram de 387 ppmv no período seco e de 370 ppmv no chuvoso. A média geral da concentração de CO2 foi de aproximadamente 379 ppmv. As concentrações de CO2 acima do dossel foram aproximadamente 4,6 % maiores no período seco do que no chuvoso. Na média, a concentração de CO2 atingiu valores máximos no nível de 1m com aproximadamente 41 O ppmv e de 409 ppmv em 9m, decrescendo progressivamente até atingir a mais baixa concentração em 46,5m com aproximadamente 387 ppmv. Esta diferença representou cerca de +5,5% de CO2 no nível inferior.