Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Kremer, Jean Lucas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42138/tde-04082021-160437/
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Resumo: |
Adenomas do córtex da suprarrenal (ACA) são achados comuns enquanto os carcinomas (ACC) são raros, de prognóstico limitado e apresentam recidivas e/ou metástases. No Brasil há interesse no estudo desses tumores uma vez que sua incidência é superior ao restante do mundo, principalmente em crianças. O fator de transcrição TCF21 é regulado epigeneticamente por meio da transcrição de um RNA não codificante (TARID), responsável pela demetilação do promotor e ativação da transcrição. TCF21 está envolvido com o desenvolvimento de diferentes órgãos, incluindo da glândula suprarrenal, e é importante no desenvolvimento, pois animais knockout para TCF21 não sobrevivem. Em vários tumores TCF21 está menos expresso e epigeneticamente silenciado devido a metilação de seu promotor. Está relacionado com maior capacidade de invasão celular e metástase através de um mecanismo que envolve a expressão de genes relacionados com o controle da motilidade celular. Resultados de microarray mostraram que TCF21 está menos expresso em ACC do que ACA. No entanto, o estado de metilação de TCF21, o efeito da expressão ou silenciamento de TCF21 nas células de tumores adrenocorticais, bem como seu efeito na migração e invasão celular e os mecanismos envolvidos, não são conhecidos nesses tumores. Nossos resultados mostraram que o promotor de TCF21 está mais metilado em linhagens de células de ACC do que em células de ACA. Esta condição foi correlacionada com a menor expressão de TCF21 em células de ACC, quando comparadas com culturas de células de hiperplasia e de células de adenoma do córtex adrenal. A utilização do agente demetilante 5-aza-20deoxycytidine nas linhagens de células de ACC sugere que um dos mecanismos prováveis do silenciamento epigenético de TCF21 ocorre pela metilação do seu promotor. O aumento da expressão endógena de TCF21, através do sistema CRISPR/dCas9/TCF21 ou sua superexpressão com o plasmídeo pCMVMycPOD1, reduziu a migração e invasão celular nas linhagens de ACC. A presença de TCF21 regulou positivamente os genes envolvidos com função anti-invasiva, o gene supressor de metástase tumoral (KISS1), a metaloproteinase 8 (MMP8) e o inibidor de metaloproteinase 1 (TIMP1). Por outro lado, os genes com função invasiva, genes MMP2, MMP9 e MMP14, foram inibidos por TCF21. Nas células de adenoma, a utilização de siRNA-TCF21 induziu a capacidade invasiva dessas células através do mecanismo oposto. Em células de hepatocarcinoma, dados do nosso grupo mostraram efeitos opostos de TCF21 daqueles observados em células de ACC. De fato, em células de hepatocarcinoma TCF21 aumentou a migração e invasão através da expressão de genes invasivos e inibição dos genes anti-invasivos estudados. Portanto, em células de ACC, TCF21 é regulado através da metilação do seu promotor, cujo efeito é observado na motilidade celular. O mecanismo pelo qual a motilidade celular é modificada por TCF21 sugere o envolvimento de metaloproteinases e seus reguladores. Por outro lado, os resultados obtidos em células de hepatocarcinoma mostram que a definição de TCF21 como supressor de tumor está condicionado ao contexto celular analisado. |