A experiência da cesárea indesejada: perspectivas das mulheres sobre decisões e suas implicações no parto e nascimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Salgado, Heloisa de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-28012013-160810/
Resumo: Introdução De acordo com a literatura, 70 a 80 por cento das mulheres que sofreram uma cesárea desejavam um parto normal no início da gravidez. Entre os fatores relacionados, identificam-se decisões junto à equipe que acompanhou o pré-natal e o trabalho de parto. Infere-se que a frustração desse desejo pode ter implicações no pós-parto, em especial, na relação mãe-bebê, na amamentação e na saúde mental pós-parto. Objetivo Descrever e analisar a experiência da cesárea autorreferida como indesejada por mulheres que buscaram um parto normal e os mecanismos associados à discrepância entre o desejo original (parto normal) e o desfecho (cesárea) e suas implicações no pós-parto, a saber, no aleitamento materno, na ocorrência de depressão pós-parto/babyblues e na formação do vínculo. Métodos Pesquisa qualitativa que contou com o preenchimento de roteiro de questões semiestruturadas, via e-mail, por mulheres participantes de mídias sociais, e análise dos dados a partir de categorias pré-determinadas e novas categorias advindas da análise. Resultados Esta pesquisa evidenciou o uso rotineiro de práticas inadequadas e desrespeitosas, como o convencimento para realizar a cesárea com base em informação distorcida e ameaçadora, o descaso com o bem-estar físico e emocional da mulher, a privação de recursos e procedimentos baseados em evidências científicas na condução do pré-natal e do trabalho de parto, o desrespeito à Lei do Acompanhante, a privação do contato com o bebê após o nascimento, o uso de medicamento para sedar as mulheres logo após o parto, entre outras ocorrências analisadas sob a ótica da violência institucional obstétrica. Conclusões O processo que conduz as mulheres a uma cesárea indesejada é marcado por uma assistência que virtualmente inviabiliza a possibilidade do protagonismo feminino e de escolha informada, priorizando as conveniências e necessidades das equipes e instituições que as acompanham, com significante impacto emocional no pós-parto e na relação mãe-bebê