Mudanças no uso e cobertura do solo na fronteira agrícola da Amazônia ocidental, bacia do Ji-Paraná - Rondônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Hanada, Laís de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/91131/tde-20231122-100545/
Resumo: A bacia Amazônica apresenta a maior área contínua de floresta tropical do planeta, com uma extensão aproximada de 7 milhões de km2, sendo a maior área localizada em território brasileiro (67,8%). Com toda essa extensão esta região apresenta características geomorfológicas e climáticas distintas. A porção brasileira da Amazônia, conhecida como Amazônia Legal brasileira, vem passando por várias transformação de sua cobertura vegetal nas três últimas décadas. Este processo é o resultado de um complexo produto da implementação de infraestrutura, de fatores econômicos, de políticas governamentais, de características ambientais e culturais, resultando em altas taxas de desmatamento. Mudanças no uso e cobertura do solo podem afetar diversos processos ecológicos como, por exemplo, a biodiversidade, a ciclagem de nutrientes, ciclo das águas, entre outros. A bacia do rio Ji-Paraná, localizada no estado de Rondônia, é um exemplo típico deste padrão de desmatamento na Amazônia ocidental. Esta região foi objeto da instalação dos principais programas de colonização do Governo Federal a partir da década de 70 e concentra, atualmente, mais de 60% da população rodoniense. Com o intuito de analisar a dinâmica da paisagem foi produzida uma série temporal do uso e cobertura do solo da bacia do Ji-Paraná (1986, 1992, 1996 e 2001) com base na classificação digital de imagens de satélite Landsat-7, sensor ETM+ e Landsat-5, sensores TM e MSS. Com o intuito de compreender a influência de alguns fatores ambientais e antrópicos, tais como fertilidade do solo, relevo e distância das estradas, sobre o processo de desmatamento na bacia foi realizada a análise geográfica dos fatores em questão por tabulação cruzada, e calculados Índices da paisagem (área das classes, tamanho médio dos fragmentos e densidade de borda) para a caracterização nos diferentes regiões resultantes da tabulação cruzada. Os resultados da análise da mudança no uso e cobertura do solo mostraram que ocorreu uma perda de 15.313 km2 (20%) de floresta. Com relação às áreas em regeneração foi observada uma prática de reuso das mesmas, apontando uma tendência do Estado de não possuir muitas áreas em regeneração em estádios mais avançados (acima de 15 anos). Os projetos de colonização, a fertilidade do solo e a distância das principais vias de acesso foram fatores significativos para explicar a dinâmica do desmatamento na bacia. As áreas para fins agrícolas estavam localizadas, principalmente, em regiões com saturação de bases superior a 50%, sendo apenas 3,6% destas em regiões com baixa fertilidade do solo. As métricas da paisagem mostram uma inversão da matriz ao longo do tempo, a qual inicialmente era formada majoritariamente por floresta e, posteriormente, dominada por áreas agrícolas. As regiões que sofreram primeiramente essa conversão estão em regiões localizadas a uma distância de até 15 km das estradas principais, mostrando a influência das mesmas no processo de conversão de matriz. As regiões que apresentaram baixa fertilidade do solo, não levando em consideração o fator estrada, a matriz era composta por vegetação nativa até o ano de 2001.