Auditoria de qualidade em uma seguradora de saúde de grande porte: um estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vigna, Cínthia Prates
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-11102024-134514/
Resumo: Introdução: A conjuntura envolvendo o aumento dos custos, a regulação da Agência Nacional de Saúde Suplementar, e as exigências dos clientes quanto ao atendimento de qualidade e aos seus direitos, evidencia a necessidade da implantação de novas ferramentas de regulação, envolvendo a assistência à saúde, tanto do ponto de vista assistencial quanto econômico. Tendo isso em vista, a Auditoria de Qualidade tem potencial para auxiliar na melhoria e na eficiência das cobranças hospitalares. Objetivo geral: Analisar as contribuições da Auditoria de Qualidade na regulação do pagamento de contas em uma Seguradora de Saúde de grande porte. Método: Trata-se de pesquisa quantitativa, exploratório-descritiva, retrospectiva, na modalidade de estudo de caso único, cujos dados foram obtidos junto ao Departamento de Auditoria de Qualidade da Seguradora de Saúde Campo de Estudo (SSCE). Resultados: O Departamento de Auditoria de Qualidade, visando mitigar não conformidades no processo de regulação em Saúde, desenvolve ações estratégicas em quatro pilares: Análise de processos encerrados, Treinamentos, Comunicação e Comitê de alinhamento. A articulação entre esses pilares subsidia a Auditoria de Qualidade, produzindo informações para apoiar a gestão no aprimoramento dos processos, incrementando atividades prioritárias e favorecendo o alcance de melhores resultados operacionais e financeiros tangíveis. Dentre 5.058 (100,00%) contas analisadas em quatro ciclos (2015 a 2018), envolvendo atendimentos de internação acima de R$ 50.000,00, internações de um dia (day clinic) e ambulatório entre R$ 3.000,00 e R$ 10.000,00, evidenciou-se um total de 379 (7,49%) contas com não conformidades, com valor financeiro de R$ 683.231,90. A perda financeira associada a não conformidades, em cada ciclo de análise, foi prevalente nos atendimentos em ambulatório a partir do 2º ciclo - 2016 (1,44%) e internação apenas no 1º ciclo - 2015 (0,83%); e na etapa de Auditoria Administrativa, iniciando com 1,29% (1º ciclo - 2015) e encerrando com 0,11% (4º ciclo - 2018) demonstrando, também, redução a cada ciclo. Constatou-se que a Auditoria de Qualidade contribuiu para o desenvolvimento de ações estratégicas a cada ciclo, em todas as etapas do processo de regulação. Houve uma redução do percentual de não conformidades e do valor financeiro do primeiro ao quarto ciclo, tendo iniciado o primeiro com não conformidades associadas à perda financeira no valor de R$ 252.836,55 e 1,70% e finalizado o quarto ciclo com R$ 62.930,07 e 0,28%. Portanto, evidencia-se uma redução de 75,11% na perda financeira e 85,11% em relação ao percentual de não conformidades associadas à perda financeira. Implicações para a prática: O estudo representa um avanço para a área da Saúde ao evidenciar uma nova modalidade de auditoria, a Auditoria Pós-pagamento, por intermédio da análise de casos encerrados, como uma estratégia complementar de regulação, objetivando a melhoria do atendimento aliada à racionalização de custos. Conclusão: Os resultados obtidos poderão direcionar outras Seguradoras de Saúde e Operadoras de Planos de Saúde quanto aos investimentos necessários para implementar o processo de Auditoria de Qualidade, passo a passo, na regulação em Saúde, além de tangibilizar os benefícios dele advindos, visando à manutenção da sustentabilidade econômico-financeira.