Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1994 |
Autor(a) principal: |
Sant Anna, Lucy Gomes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-03072015-091338/
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Resumo: |
A Bacia de Fonseca, de idade eocênica, localiza-se na borda leste do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais e compreende os depósitos continentais da Formação Fonseca. Os objetivos deste estudo foram a análise da evolução geológica da Bacia de Fonseca no Cenozóico e a mineralogia e petrografia detalhada dos seus depósitos sedimentares com enfoque nos argilominerais da Formação Fonseca. Os trabalhos geológicos levaram à redefinição da área da Bacia de Fonseca, cujos sedimentos apresentam ocorrência mais restrita do que anteriormente representada nos mapas geológicos da região. O levantamento de seções colunares resultou na apresentação de uma nova seção-tipo para a Formação Fonseca, cuja espessura é menor do que anteriormente admitida. Na redefinição da Formação Fonseca foram ainda excluídos os depósitos da Chapada de Canga desta formação. Os sedimentos da Formação Fonseca são de natureza argilosa e arenosa, maciços a estratificados/laminados, apresentando marcada granodecrescência ascendente. Esses sedimentos foram depositados sob condições de calmaria tectônica e provável clima úmido, em sistema fluvial meandrante. A Formação Fonseca assenta-se sobre rochas arqueanas do embasamento do Quadrilátero Ferrífero, sendo recoberta por depósitos rudáceos da Chapada de Canga. Estes foram redefinidos como Formação Chapada de Canga, sobrepostos discordantemente à Formação Fonseca ou ainda, regionalmente, em contatos diretos sobre o embasamento pré-cambriano. Os sedimentos da Formação Fonseca encontram-se falhados por eventos tectônicos trativos que atuaram na área após a sedimentação, reativando estruturas preexistentes do embasamento pré-cambriano. Os sedimentos da Formação Chapada de Canga também foram afetados por tectônica trativa, sin- a pós-sediemntar. Os argilominerais da Formação Fonseca foram caracterizados por diferentes métodos, incluindo análises granulométricas, difração de raios X, microscopia eletrônica de varredura, microscopia eletrônica de transmissão com difração de elétrons, análises térmicas, capacidade de troca catiônica e, geoquimicamente, por fluorescência de raios X. Os resultados foram analisados quanto à gênese e significado ambiental dos argilominerais no contexto do ciclo das argilas (erosão, transporte, deposição e diagênese) e quanto à sua relação com a evolução geológica e paleoclimática da bacia. Os argilominerais encontrados pertencem aos grupos da caulinita, mica e, de forma rara, da esmectita. A caulinita, em parte, e a mica ocorrem como grãos detríticos provenientes de solos das rochas arqueanas da região. Os sedimentos sofreram algum soterramento e a atuação de processos diagenéticos promoveu a neoformação de caulinita em texturas vermiforme e de \"livros\", além de esmectita, que apresenta-se como grãos placóides ou com forma de \"penas\". A ação do intemperismo acarretou a alteração dos grãos de mica, originando illita nas bordas dos grãos detríticos de mica e dispersa na matriz argilosa caulinítica dos sediemntos. Em termos de resposta dos argilominerais aos métodos analíticos empregados, ressalta-se o comportamento típico da caulinita, ainda que de moderada ordenação estrutural, mica e esmectita, frente aos estudos com difração de raios X, microscopia eletrônica de varredura e análises térmicas. No entanto, observa-se propriedades atípicas de capacidade de troca catiônica, na qual os resultados obtidos foram mais elevados do que os esperados, o que também se explica mais provavelmente pela baixa cristalinidade e/ou desordem estrutural da caulinita. Os estudos geoquímicos apontaram valores mais elevados para alguns dos elementos analisados (Ba, Cr, Fe, Ti, Zr e V) e baixos teores de \'K IND. 2\'O, os quais foram correlacionados, respectivamente, às áreas-fonte (Ba e Zr), aos argilominerais principais (Fe, Cr, V) e aos processos intempéricos (\'K IND. 2\'O e Ti) que atuaram na área fonte dos sedimentos. |