Mineralogia e geologia da esmeralda da jazida de Itabira-Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1989
Autor(a) principal: Souza, Juarez Leal de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-11092015-124609/
Resumo: O mapeamento litológico da área da jazida de esmeralda dee Itabira, Minas Gerais, cobrindo cerca de 60 \'km POT.2\' em torno da mina, revelou a presença de dois conjuntos litoestruturais maiores constituídos respectivamente por rochas gnáissicas de composição granítica, pertencentes ao Complexo Basal, e por uma seqüência vulcano-sedimentar, possivelmente arqueana, profundamente intemperizada e parcialmente encaixada nos gnaisses. Em termos petrográficos, as litologias gnáissicas correspondem dominantemente, no triângulo Q-FA-P de Streckeisen (1967 e 1976), à composição granítica (campos 3a e 3b) e aos granitóides ricos em quartzo, manifestando ainda uma tendência composicional para o campo dos álcali granitos. A seqüência vulcano-sedimentar, por sua vez, compõe-se basicamente dexistos e gnaisses metapelíticos, anfibolitos diversos, xistos derivados de metaultramáficas e quartzitos. Subordinadamente, aparecem veios de quartzo e veios pegmatóides, preferencialmente junto aos contatos com as rochas gnáissicas. A jazida de Itabira localiza-se praticamente no contato entre a seqüência vulcano-sedimentar e os gnaisses graníticos em área de falhamentos, estando a mineralização esmeraldífera concentrada dominantemente nas intercalações de xistos provenientes de rochas metaultramáficas (biotitos). As assembléias minerais encontradas na área da jazida indicam que as litologias ali existentes foram submetidas a um metamorfismo regional progradante da fácies xisto-verde superior a anfibólito médio. A esmeralda de Itabira caracteriza-se principalmente por apresentar boa cristalização, pleocroísmo distinto (\'ômega\' = verde amarelado e \'épsilon\' = verde azulado), índices de refração com valores de \'n IND. \'épsilon\'\' = 1,579-1,584, \'n IND. n\'ômega\'\' = 1,584-1,588, \'delta\' n = 0,004-0,006, densidade média relativa de 2,77 e poucas inclusões sólidas minerais. Determinações dos parâmetros de cela unitária forneceram os seguintes valores \'a IND. o\' = 9,220-9,236 \'+ OU -\' 0,002 \'A SOB. o\', \'c IND. o\' = 9,201-9,207 \'+ OU -\' 0,005 \'A SOB. o\' e V = 677,5-679,8 \' OU -\' 0,3 \'A SOB. \'o ind. 3\'\'. Estudos de difração de raios X revelaram mica (biotita/flogopita), quartzo, ralstonita, magnásio-cromita e óxidos amorfos como as principais inclusões minerais. A mica é a inclusão cristalina mais freqüente nessa esmeralda, ocorrendo em placas euédricas singenéticas dispostas paralelamente ao pinacóide basal {0001} da esmeralda, e em placas subédricas ligeiramente arredondadas, de natureza protogenética, sem orientação preferencial. Além disso, os estudos ópticos revelaram um grande número de inclusões fluidas na forma de tubos diminutos orientados paralelamente ao eixo \'c SOBRE BARRA\' da esmeralda e cavidades geométricas contendo, geralmente, preenchimentos trifásicos do tipo líquido-líquido-gás. Fraturas cicatrizadas, zoneamentos de cor e linhasde crescimento foram também observadas. Com base nos dados obtidos neste trabalho, a formação da esmeralda de Itabira está intimamente relacionada aos contatos falhados entre os dois conjuntos litoestruturais. O berílio proveio dos gnaisses graníticos pelo transporte dos fluidos pegmatíticos e os elementos cromórfos são derivados das rochas metaultramáficas, localmente, metassomatizadas. O processo de formação da jazida parece estar compreendido entre as etapas pneumatolítica e hidrotermal, tendo em vista a natureza das concentrações pegmatóides e o grande número de inclusões fluidas na esmeralda.