Fatores associados ao padrão de sono pacientes com insuficiência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Santos, Mariana Alvina dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-12082010-144812/
Resumo: INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) constitui hoje um dos maiores problemas de saúde pública em todo o mundo, com números crescentes em qualquer análise epidemiológica. Além de representar grande demanda aos serviços de saúde, é responsável por prejuízo na qualidade de vida das pessoas. Alterações do sono têm sido descritas como freqüentes e comuns entre os pacientes com IC, e também é um dos sintomas de mais incômodo para esta população. OBJETIVO: Descrever o padrão de sono em pacientes com IC e analisar associações do padrão de sono com as seguintes variáveis: sexo, idade, fadiga, fadiga ao esforço, atividade física, classe funcional, terapia medicamentosa, dispnéia e índice de massa corporal. MÉTODO: Estudo transversal descritivo, com uma amostra não probabilística de 400 pacientes ambulatoriais (idade média 57,8 anos, DP=11,6; 64,8% eram homens; escolaridade média de 6,1 anos, DP=3,9; 82,5% em classe funcional II ou III) em tratamento de insuficiência cardíaca em um hospital de ensino. Os dados foram coletados por meio de entrevista em que os participantes responderam a um conjunto de instrumentos contendo: dados de demográficos e da insuficiência cardíaca; e avaliação do padrão de sono (Pittsburg Sleep Quality Index PSQI); de fadiga (Dutch Fatigue Scale DUFS), fadiga ao esforço (Dutch Exertion Fatigue Scale), atividade física (International Physical Activity Questionnaire) e dados sobre dispnéia, tabagismo e terapia medicamentosa. Os instrumentos mostraram boa consistência interna na amostra deste estudo (no PSQI = 0,73; na DUFS = 0,90 e na DEFS = 0,92). Testes não paramétricos foram aplicados para analisar a associação do padrão de sono com variáveis selecionadas e um modelo de regressão logística foi ajustado para investigar os preditores de maus dormidores. RESULTADOS: O escore total médio no PSQI foi 8,70 (DP = 4,39); a prevalência de maus dormidores (PSQI > 5) foi de 68,5%; e 46,5% classificou o sono como ruim ou muito ruim. Escores mais elevados no PSQI ou categoria de mau dormidor foram associados com: sexo feminino (p=0,009); não empregados (p=0,013), fadiga (p=0,000), fadiga ao esforço (p=0,000), dispnéia (p=0,000) e classes funcionais mais elevadas da IC (p=0,000). Dispnéia (OR = 3,23; IC95%1,72 6,07) e fadiga (OR = 3,45; IC95%1,82 6,49) associaram-se independentemente à categoria de mau dormidor. CONCLUSÕES: A proporção de maus dormidores entre os pacientes com IC está entre as mais altas nas doenças crônicas. Dispnéia e fadiga, sintomas comuns nessa enfermidade, aumentam significativamente a chance de ser mau dormidor. Portanto, o padrão do sono dos pacientes com IC deve ser rotineiramente avaliado.