Reservas orgânicas, índice de área foliar e produção de forragem em Brachiaria brizantha cv. Marandu submetida a intensidades de pastejo por bovinos de corte.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Lupinacci, Adriano Vecchiatti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-27082002-135702/
Resumo: As áreas de pastagens no Brasil ocupam cerca de 180 milhões de hectares, que são responsáveis por cerca de 90% da carne bovina produzida no país. No entanto, em torno de 80% das pastagens cultivadas apresentam algum grau de degradação, sendo este apontado como o maior problema relacionado com a sustentabilidade da produção animal em pastagens. Uma das principais razões para esse fato está relacionada a erros grosseiros no manejo das pastagens, conseqüência do desconhecimento dos limites ecofisiológicos e de resistência ao pastejo das plantas forrageiras. Dentro desse contexto, o objetivo deste experimento foi determinar quantitativamente o índice de área foliar, os teores e estoques de carboidratos não estruturais e frações nitrogenadas (N total, N solúvel, N aminoácidos, N amônio, N nitrato) de reserva, a taxa de acúmulo e a produção de forragem em pastos de Brachiaria brizantha cv. Marandu pastejados por bovinos em regime de lotação contínua e taxa de lotação variável. O experimento foi realizado em área do Departamento de Produção Animal da USP/ESALQ, em Piracicaba, SP, entre 27 de agosto de 2001 e 28 de fevereiro de 2002. Os tratamentos corresponderam a quatro alturas de pasto (10, 20, 30 e 40 cm), mantidas em steady state, e foram alocados às unidades experimentais conforme um delineamento de blocos completos casualizados, com quatro repetições. Os valores de IAF (1,7; 3,5; 4,0 e 3,8) foram crescentes para as alturas de pasto estudadas (10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente) e semelhantes para as alturas de 20, 30 e 40 cm. Comportamento semelhante foi identificado para as taxas de acúmulo (102,0; 118,5; 121,6 e 113,9 kg ha -1 dia -1 MS) e acúmulo total de forragem (10.300; 13.340; 12.620 e 13.880 kg ha -1 ). Os teores (88,5; 111,7; 109,8 e 118,4 g kg -1 ) e estoques (0,152; 0,167; 0,180 e 0,157 kg m -2 ) de carboidratos não estruturais foram crescentes com as alturas de pasto (10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente), ao passo que o inverso foi detectado para os teores e estoques de todas as frações nitrogenadas (10,65; 8,93; 8,64; 8,04 g kg -1 N total e 0,018; 0,017; 0,014; 0,012 kg m -2 N total, respectivamente). Com relação ao meses, houve uma redução acentuada ao longo do período experimental nos teores (118,8 para 87,2 g kg -1 de setembro a fevereiro) e estoques (0,225 para 0,111 kg m -2 de setembro a fevereiro) de carboidratos não estruturais e, também nos teores e estoques correspondentes às frações nitrogenadas (12,76 para 3,98 g kg -1 N total e 0,031 para 0,005 kg m -2 N total de setembro a fevereiro), motivadas inicialmente pelo início do verão (estação de crescimento) e posteriormente pelo início do desenvolvimento reprodutivo das plantas. Os estoques de carboidratos e de frações nitrogenadas foram consistentemente maiores para a base do colmo relativamente às raízes, tendo sido utilizados como fonte preferencial de matéria prima para o crescimento das plantas, razão pela qual sofreram as maiores reduções ao longo do tempo. As inflorescências se mostraram drenos metabólicos muito fortes durante a fase reprodutiva, assim como os meristemas apicais durante a fase vegetativa. O teor de N total nas folhas dos perfilhos diminuiu com o tempo (17,4 para 13,1 g kg -1 de dezembro a fevereiro), sendo os valores crescentes para folhas senescentes, maduras e em expansão (11,4, 14,0 e 16,7 g kg -1 , respectivamente). A altura de pasto de 10 cm correspondeu a uma condição de desfolha drástica, de modo que o manejo do pastejo deveria ser efetuado entre as condições de pasto de 20 e 40 cm. A escolha da condição de pasto mais indicada deve ser feita mediante o objetivo da atividade e a natureza da exploração animal proposta.