Características do sistema radicular de povoamentos de eucaliptos propagados por sementes e estacas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Mello, Sergio Luis de Miranda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20191218-160451/
Resumo: O presente estudo teve como objetivos: (i) comparar a amostragem de raízes finas com sondas de 4 e 8 em de diâmetro (Área 1); (ii) comparar a amostragem de raízes com sondas e o método do monolito (Área 2) e (iii) caracterizar a distribuição das raízes finas no perfil de solo, no verão e inverno, de materiais genéticos (Eucalyptus grandis (Coff's Harbour) e do híbrido E. grandis vs. E. urophylla) propagados por sementes e enraizamento de estacas (Área 2). Os estudos foram conduzidos no período de 1994 a 1996 em duas áreas experimentais. A Área 1 compreende um plantio comercial de Eucalyptus grandis (Coff´s Harbour) com 7 anos de idade, pertencente à Cia. SUZANO PAPEL E CELULOSE, município de Itatinga (SP). A Área 2 está localizada num plantio comercial de eucaliptos aos 4,5 anos de idade, propriedade da CHAMPION PAPEL E CELULOSE Ltda., município de Aguaí (SP). O clima das 2 regiões é do tipo Cwa, segundo a classificação de KÖEPPEN. O tipo de solo ocorrente nas 2 áreas é caracterizado como um latossolo vermelho-amarelo, textura média, distrófico, relevo plano a suave ondulado. O Cerrado é a vegetação natural nas 2 regiões. A despeito das maiores quantidades de nutrientes acumuladas, os clones produziram mais unidades de peso de biomassa por unidade de peso de N, P, K e Mg estocadas (maior eficiência de uso desses nutrientes) do que o povoamento propagado por sementes (pps). Por outro lado, o clone superior foi muito menos eficiente no uso de Ca relativamente ao pps. Mais de 90% das raízes finas dos genótipos pesquisados possuíam espessura ≤ 1 mm. A distribuição e variação estacional da quantidade de raízes finas no perfil do solo apresentaram-se como características estreitamente relacionadas com a capacidade de adaptação dos genótipos aos estresses hídrico e térmico do solo, afetando diretamente seus potenciais produtivos. O clone superior (híbrido E. grandis vs. E. urophylla), genótipo mais produtivo, mostrou-se plástico, o clone inferior (E. grandis) e o povoamento de E. grandis propagado por sementes, genótipos menos produtivos, mostraram-se pouco plásticos às variações sazonais. A densidade de raízes finas (drf) na serapilheira foi muito superior àquela observada nas diferentes camadas de solo. No inverno, a drf (<1 mm) do clone superior foi de 6,5 cm cm-2 e 0,93 cm cm-3, na serapilheira e no solo (0-10 cm), respectivamente. Os genótipos menos produtivos apresentaram maior drf na serapilheira e nas camadas superficiais do solo, principalmente no verão. Parece que a disponibilidade de água é o principal fator a afetar a drf nas camadas mais profundas do solo (>30cm) e a disponibilidade de nutrientes o principal fator a afetar a drf nas camadas superficiais do solo (<30 cm) e na serapilheira. Cada árvore do clone superior possuía, em média, cerca de 55 km de raízes finas (<3 mm), contra 32 km do genótipo propagado por semente. Para o clone inferior foi encontrado um valor médio de 40 km por árvore. Tudo indica que a extensão de raízes finas é uma característica intrínseca (fator hereditário) do genótipo, a qual é estreitamente relacionada com seu comportamento nutricional, potencial produtivo e capacidade de adaptação à condições de estresse ambiental. O método do monolito para amostragem de raízes finas apresentou níveis de precisão similar aos obtidos com a sonda de 4 cm de diâmetro (r = 0,76; p<0,05). As sondas de 4 e 8 cm apresentaram níveis de precisão de amostragem semelhantes (r = 0,80; p<0,05). Os ganhos operacionais com o uso da sonda de menor diâmetro foram maiores em razão do fácil manuseio, o que possibilita aumentar o número de repetições. Além disso, a sonda de 4 cm é mais adequada do que a sonda de 8 cm de diâmetro para os solos mais arenosos (menos coesos), em virtude da menor perda e deformação das amostras de solo com raízes.