Utilização da “cinza” de biomassa florestal como fonte de nutrientes em povoamentos puros de Eucalyptus grandis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1994
Autor(a) principal: Moro, Luiz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20190821-121425/
Resumo: Com o intuito de avaliar a utilização da "cinza", proveniente de biomassa- florestal, como fonte de nutrientes para florestamentos com Eucalyptus grandis, foi instalado um experimento no município de Casa Branca-SP, numa área cujo solo foi classificado como sendo um Latossolo Vermelho Amarelo, textura média, distrófico, sob um clima do tipo Cwa, segundo Köppen. Os tratamentos constituiram-se das seguintes aplicações de fertilizante mineral e "cinza": testemunha, sem aplicação de "cinza" nem fertilizante; aplicação de 417 kg/ha de NPK 10:20: 10 na cova de plantio; e aplicações de doses crescentes de "cinza", 5, 10, 15, 20 e 25 t/ha, distribuídas a lanço e incorporadas superficialmente até 10 cm de profundidade com grade leve, por ocasião do plantio. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, composto de 7 tratamentos e 3 repetições. As árvores foram plantadas no espaçamento de 3,0 x 2,0 m. Aos 51, 63 e 79 meses pós-plantio, avaliou-se o diâmetro médio à altura do peito -DAP- (cm), a altura média (m), o índice de sítio (m), o volume sólido de madeira com casca (m3/ha) e a percentagem de falhas. As características físicas e químicas do solo foram avaliadas 72 meses após o plantio. Sob condições ambientais de laboratório, temperatura média igual a 20°C, foram incubadas amostras de solo, oriundas da área experimental com tratamentos que receberam doses de "cinza" equivalentes a 0, 15, 30 e 45 t/ha. Aos 2, 60 e 120 dias de incubação, foram feitas análises químicas para avaliar os reflexos da aplicação de "cinza" nas características químicas do solo. Os tratamentos que receberam "cinza" foram superiores ao que recebeu fertilizante, em que a dose de 20 t/ha, proporcionou ganhos de produção 49% superiores aos da testemunha. Por intermédio da equação Y = 193,5398 + 7,6614 X - 0,1678 X2 (R2 =0,78; P=0,05), onde Y é o volume sólido de madeira com casca (m3/ha) e X é a dose de "cinza" aplicada, e pelos custos variáveis relativos à aplicação da "cinza", estimou-se que a dose mais econômica de "cinza" seria igual a 19,6 t/ha, para uma distância de transporte deste resíduo igual a 65 km. Cerca de 21 m3 de madeira com casca seriam necessários para pagar as despesas envolvidas com a aplicação da "cinza". Ou seja, 25% do ganho de produção de madeira obtido com a aplicação desta dose, que foi de 64,6 m3 de madeira por ha. De acordo com as análises de solo feitas 72 meses após a aplicação de "cinza", verificou-se que, com exceção do pH e do P, não havia diferença estatisticamente significante entre tratamentos. Por outro lado, a concentração e o conteúdo de macronutrientes locados nos diversos componentes das árvores foram bastante influenciados pela aplicação da "cinza", destacadamente, para os nutrientes Ca e K. Atribuiu-se a estes nutrientes a maior parte dos efeitos sobre a nutrição mineral do Eucalyptus grandis, responsáveis pelas maiores respostas em produtividade. Nas condições de laboratório, a "cinza" promoveu mudanças significativas nas características químicas do solo, alterando por conseguinte, a nutrição mineral das árvores. A sensível elevação da fertilidade do solo promovida pela "cinza" foi tomada como sendo a principal razão para os ganhos de produtividade obtidos mediante a aplicação desse resíduo industrial.