Aquisição da regra de assimilação de vozeamento em Português Brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, Cristiane Conceição
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-30072008-102703/
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a aquisição do processo fonológico de vozeamento em português brasileiro. Para isso, foram analisados tanto dados naturalísticos de uma criança acompanhada longitudinalmente de 1;4 anos até 4;0 anos, quanto dados experimentais/latitudinais de 46 crianças de 2;0 anos até 4;1 anos. Foi investigada a aquisição de /s,z/ na posição de onset (estudo naturalístico) e também a aquisição de [s,z] nas posições de coda medial e final em ambos os estudos. Verificamos que o período de aquisição dos segmentos na coda foram tardios, se comparados com os períodos encontrados na literatura (Mezzomo, 2003). Por isso, analisamos, também, a aquisição desses segmentos de acordo com o contexto seguinte: pausa, surdo e sonoro. Observamos que o contexto sonoro foi o mais difícil para as crianças, já que a aquisição ocorreu por volta de 4;0 anos. Além disso, analisamos as estratégias utilizadas pelas crianças durante o processo de aquisição e encontramos um padrão relacionado à produção inicial do segmento [s] mesmo em contextos em que a produção deveria ser sonora. Foi feita uma comparação dos resultados obtidos no contexto sonoro dos dois estudos (naturalístico e experimental) com o trabalho de Newton & Wells (2002) que analisa os processos de assimilação, elisão e liaision e constatamos, a partir da análise das ocorrências de vozeamento correto, pausa e outras realizações que o processo de vozeamento não surge assim que a criança começa a produzir sentenças com duas palavras e não está adquirido até os 4;0 anos (última faixa etária analisada). A partir desses resultados, concluímos que o processo de vozeamento é uma regra fonológica a ser adquirida e não um fenômeno apenas fonético (como mostraram os autores). Dado que o processo de vozeamento é uma regra fonológica, concluímos que a análise lingüística, feita a respeito do processo de vozeamento na fala do adulto, está correta ao assumir que a forma subjacente para a regra de vozeamento é o [s], pois também nos dados infantis percebemos uma tendência das crianças em produzir fricativas surdas e evitar a produção de fricativas sonoras.