Perfil de citocinas no fluido crevicular gengival de pacientes portadoras de câncer de mama com periodontite crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Dantas, Felipe Torres
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58132/tde-11072016-163205/
Resumo: A doença periodontal é uma doença infecciosa na qual em resposta à microbiota subgengival, o hospedeiro libera uma série de citocinas inflamatórias que levam à degradação dos tecidos periodontais. Esses mediadores não se restringem ao nível gengival e disseminam-se pelo organismo, causando impacto na saúde sistêmica. Atualmente, tem sido sugerido que a inflamação associada ao câncer é similar àquela vista em inflamações crônicas. Citocinas dentro de processos neoplásicos podem atuar na resposta imune antitumoral ou estimular o desenvolvimento do câncer. Desta forma, este trabalho objetivou caracterizar o perfil inflamatório apresentado por pacientes portadoras de câncer de mama com e sem periodontite crônica, avaliando os parâmetros clínicos periodontais (índice de placa IP, sangramento à sondagem SS, profundidade de sondagem PS, nível clínico de inserção NCI) e ao dosar as citocinas IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17, TNF-&alpha;, IFN-y, TGF-&beta; e IL-1&beta; em fluido crevicular gengival (FCG). Para isso, foram selecionadas 90 mulheres voluntárias, alocadas em 4 grupos: saudáveis (SAU) (n=20), doença periodontal (DP) (n=20), câncer de mama (CAN) (n=25) e câncer de mama com DP (CAN-DP) (n=25). As concentrações das citocinas foram determinadas pela metodologia LUMINEX. Além disso, foram realizados exames laboratoriais como proteína C-reativa, glicemia em jejum, triglicérides, colesterol total, colesterol LDL e HDL e leucograma em amostras de sangue periférico. Todos dados foram estatisticamente analisados. Os grupos DP e CAN-DP apresentaram maiores valores de IP, SS, PS e NCI (p<0,05). Entre os quatro grupos, não houve diferença significativa nos exames hematológicos (p>0,05), exceto o grupo DP que apresentou níveis de neutrófilos mais elevados que os grupos SAU, CAN e CAN-DP (p<0,05). Não houve diferença estatística nos níveis de IL-2, IL-4, TNF-&alpha;, IFN-y e IL-10 entre os quatro grupos (p>0,05). O grupo DP apresentou significantes níveis de IL-17 e TGF-&beta;, IL-6 e IL-1&beta; em relação ao grupo SAU (p<0,05). No grupo CAN-DP, níveis IL-17 e TGF-&beta; foram estatisticamente maiores do que no grupo CAN (p<0,05). As citocinas IL-6 e IL-1&beta; também estavam mais elevado no CAN-DP, porém sem diferença em relação ao grupo CAN (p>0,05). Mulheres com câncer de mama e doença periodontal apresentaram um perfil de citocinas com características pró-inflamatórias, evidenciado pela significante expressão do perfil Th17/IL-17. Além disso, o perfil Treg (TGF-&beta;) também estava aumentado. A combinação Th17/IL-17 e Treg (TGF-&beta;) pode ter impacto nas atividades pró-tumorigênicas no microambiente tumoral. Diante disso, a doença periodontal comportou-se como um fonte de mediadores inflamatórios relacionados com imunopatogênese do câncer de mama.