Caracterização clínica e preditores de risco de morte em pacientes com púrpura trombocitopênica trombótica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Terra, Patrícia Oliveira da Cunha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-05012024-124512/
Resumo: Introdução: A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) é uma doença rara caracterizada por episódios agudos de trombose sistêmica microvascular e é associada com alta morbilidade e mortalidade, especialmente com diagnóstico tardio (a partir de 6-7 dias). Objetivos: Os dados de PTT no Brasil são escassos, então nosso objetivo é caracterizar a apresentação clínica e identificar preditores de risco de morte em pacientes com PTT admitidos em um centro único do Brasil. Métodos: Nesse estudo retrospectivo conduzido no Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, pacientes submetidos a troca plasmática terapêutica (TPT) entre janeiro de 2000 a julho de 2021 com diagnóstico clínico presuntivo ou confirmado de PTT foram avaliados em relação a características epidemiológicas, clínicas, laboratoriais e tratamento. Resultados: Um total de 50 pacientes (90% mulheres), com mediana de idade (IQR) de 34.1 (27-47), foram incluídos, dos quais 12 (24%) morreram. Os sintomas mais frequentes foram neurológicos (96%), sangramento (76%), gastrointestinal (52%), febre (38%) e cardiovascular (22%). Déficit neurológico focal e sintomas cardiovasculares foram mais frequentemente observados no grupo não sobrevivente (P= 0.0019 e P= 0.007, respectivamente). A média ± DP do número de dias no início dos sintomas a primeira TPT foi 12.22 ± 7.91. Identificamos uma associação do escore MITS (do inglês, Mortality in TTP score) ≥ 2 pontos (P= 0.04), maior bilirrubina indireta (P= 0.0006), transfusão de plaquetas (P= 0.027), e maior número de concentrado de hemácias transfundidos (P= 0.025) com mortalidade. Conclusões: O diagnóstico tardio parece ser associado com uma maior frequência de sintomas neurológicos e mortalidade. A intensidade da hemólise e sinais de isquemia orgânica, como sintomas cardiovasculares e déficit neurológico focal, são indicadores de risco de morte.