Avaliação da resposta patológica em pacientes com câncer gástrico submetidos à quimioterapia pré-operatória

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pereira, Marina Alessandra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-25082023-115829/
Resumo: INTRODUÇÃO: A gastrectomia associada à linfadenectomia continua sendo o principal tratamento curativo no câncer gástrico (CG) localmente avançado. Na busca por melhores resultados, a quimioterapia (QT) pré-operatória associada ao tratamento cirúrgico têm sido amplamente utilizada, aumentando as taxas de ressecção curativa e sobrevida. Um dos principais parâmetros de avaliação da resposta à QT consiste na graduação da regressão tumoral (TRG), que visa categorizar a quantidade de alterações regressivas após o tratamento, para demonstrar informações prognósticas potenciais com base em achados histopatológicos. No entanto, o impacto prognóstico da resposta patológica (RP) e a ausência de um sistema TRG padronizado deixam a dúvida se somente a avaliação do tumor primário é capaz de refletir o risco de recorrência e sobrevida. OBJETIVO: Avaliar a resposta patológica no tumor primário (estômago) e nos linfonodos (LN) de pacientes com adenocarcinoma gástrico que receberam QT pré-operatória, e verificar a associação da regressão tumoral com a sobrevida. MÉTODOS: Avaliaram-se retrospectivamente todos os pacientes com CG tratados com QT pré-operatória seguido de gastrectomia potencialmente curativa. A presença de tumor residual foi graduada de 0-100% no tumor primário e nos LNs, e os casos foram então classificados para o grau de regressão de acordo com o TRG proposto pela AJCC/CAP, e adaptado aos linfonodos (LRG). Para análise, os pacientes foram definidos conforme a resposta no tumor primário em RP(+) (TRG0/1/2) e RP(-) (TRG3); e de acordo com a taxa de tumor nos LNs em Menor-TuLN e Maior-TuLN. RESULTADOS: Entre os 62 pacientes avaliados, 28 (45,2%) foram classificados como RP(+) e 34 (54,8%) como RP(-). A mediana de tumor residual observada nos casos foi de 80%, e dois pacientes apresentaram RP completa. Não houve diferença entre os grupos com relação a características clínicas, cirúrgicas e estádio ypTNM. A frequência de tumores difusos foi maior no grupo RP(+) (p=0,007), e 57,1% e 67,1% pacientes eram ypN+ no grupo RP(+) e RP(-), respectivamente (p=0,394). Entre os 58 casos avaliados para o LRG, 35 (60,3%) classificaram-se como Menor-TuLN e 23 (39,7%) como Maior-TuLN. Lesões de menor diâmetro, ausência de invasão linfática, venosa e perineural, e menor status ypT e ypTNM, associaram-se ao grupo Menor-TuLN. Não houve associação entre a RP no tumor primário e nos LNs (p=0,358). Menor-TuLN, e não a RP no tumor primário, foi um fator independente associado à melhor sobrevida livre de doença e sobrevida global. Pacientes com redução de estádio para ypN0 (LNs com regressão) tiveram sobrevida equivalente aos pacientes ypN0 sem regressão. CONCLUSÃO: A taxa de tumor nos LNs é o principal fator associado à sobrevida em pacientes com CG após QT. A RP no tumor primário, por sua vez, não apresentou impacto na sobrevida. A regressão tumoral no leito primário não está associada à resposta nos LN e a redução do estádio ypN