Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Zucchi, Eliana Miura |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-06112023-173741/
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Resumo: |
A restrição de direitos humanos é uma das características mais marcantes da epidemia da Aids. Crianças e jovens infectados ou afetados pela Aids são particularmente vulneráveis a sofrer estigma em ambientes educacionais. Este estudo teve como objetivo compreender o impacto do estigma e discriminação relacionados ao HIV/Aids em crianças e jovens órfãos por Aids no que concerne ao gozo do direito à educação, conforme estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Integradas a estudo de base populacional, foram analisadas sete entrevistas em profundidade com coordenadores pedagógicos e dois grupos focais com professores de seis escolas públicas e privadas, de ensino infantil e fundamental, na cidade de São Paulo entre 2005 e 2006. Os episódios descritos de estigma foram analisados à luz da teoria de Erving Goffman. A maioria dos episódios de estigma vividos por crianças e jovens no âmbito escolar ocorreu em circunstâncias de namoro/sexualidade, conflito com colegas, ·dificuldade de aprendizagem, revelação da orfandade por Aids, contato físico entre professores e alunos com HIV, sendo as causas mais freqüentemente atribuídas: ter HIV, ser proveniente de \"família desestruturada\", desigualdade nos papéis de gênero, idade e classe social. Homofobia e racismo foram indicados como reforçadores do estigma. Foram descritas como respostas institucionais ao estigma da Aids o ocultamento da condição sorológica dos familiares ou do próprio aluno órfão e práticas de atividades de prevenção às DST/Aids. Os episódios indicam o quanto o estigma e a discriminação relacionados ao HIV I Aids podem aprofundar uma desigualdade social instalada no âmbito da educação, constituindo obstáculos ao direito à educação, convivência familiar, lazer, privacidade, sigilo/confidencialidade e à vida afetiva dos jovens. Tais episódios também sugerem limitações do alcance de programas de prevenção às DST/Aids nas escolas visitadas e sua dificuldade de abordar outras modalidades de estigma (tais como racismo e estigma da pobreza). |