Resultado precoce da endarterectomia ou angioplastia para estenose aterosclerótica significativa da bifurcação carotídea na presença de oclusão da artéria carótida interna contralateral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silveira, Ana Carolina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5177/tde-22042024-124035/
Resumo: Introdução: A oclusão contralateral da artéria carótida interna é considerada como um fator de risco para evento neurológico nos pacientes submetidos à intervenção carotídea no lado com estenose significativa, apesar da inexistência de estudos randomizados com grande casuística. Ainda é controverso qual é a melhor proposta de tratamento neste grupo de pacientes (endarterectomia x angioplastia). Objetivo: Comparar prevalência de eventos neurológicos e cardiológicos perioperatórios entre quatro grupos de estudo: endarterectomia sem oclusão carotídea contralateral, endarterectomia com oclusão carotídea contralateral, angioplastia sem oclusão carotídea contralateral e angioplastia com oclusão carotídea contralateral. O objetivo secundário foi avaliar se a calcificação da aorta, estenose da artéria vertebral ou da artéria carótida externa são fatores de risco para eventos neurológicos perioperatórios. Métodos: O trabalho envolveu análise retrospectiva de prontuários de pacientes com estenose carotídea (1995-2019), atendidos no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP SP), associada à captação prospectiva de novos pacientes com indicação de intervenção carotídea (2019-2021). Os pacientes foram avaliados quanto a variáveis como: dados demográficos, doenças associadas, fatores de risco e sintomas neurológicos pré-operatórios. Foram avaliados desfechos individuais isolados e combinados em 30 dias da intervenção. Para estimar o efeito do tratamento nos desfechos de interesse utilizou-se o modelo de regressão logística, sendo considerado estatisticamente significante se p-valor < 0,05. Resultados: O estudo envolveu 886 intervenções carotídeas em 795 pacientes. A endarterectomia reduziu a chance de desfecho neurológico combinado (acidente vascular cerebral, ataque isquêmico transitório ou amaurose fugaz) em 54% em comparação à angioplastia, independente da oclusão ou não da artéria carótida interna contralateral (p <0,001). A chance de acidente vascular cerebral menor no grupo endarterectomia (CEA) foi 68% menor do que no grupo angioplastia (CAS), no subgrupo de artéria carótida interna contralateral não ocluída (p= 0,0029). Constatou-se o mesmo efeito da endarterectomia, no grupo sem oclusão contralateral, quanto ao desfecho neurológico combinado (OR CEA/ CAS= 0,48 - p=0,0019) e desfecho neurocardiovascular combinado (neurológico/ cardiológico ou óbito OR CEA/ CAS= 0,49 - p = 0,0012). Não foi identificado evidência estatística suficiente para mostrar esta relação no subgrupo oclusão carotídea contralateral. Oclusão carotídea contralateral não se mostrou fator de risco para desfechos neurológicos individuais ou combinados, tanto em pacientes submetidos à endarterectomia quanto à angioplastia (p > 0,05). Não foi possível avaliar importância da calcificação da aorta torácica como fator de risco para evento neurológico. Estenose da artéria carótida externa ou da artéria vertebral não se mostraram fatores de risco independentes para desfecho neurológico perioperatório (p > 0,05). Conclusão: A endarterectomia foi superior à angioplastia carotídea, quando avaliados acidente vascular cerebral menor e desfechos perioperatórios combinados, independente do estado da artéria carótida interna contralateral. Não foram identificadas evidências estatísticas de efeito da oclusão carotídea contralateral, nos desfechos neurológicos, em ambos grupos de intervenção (endarterectomia e angioplastia). Não foi observado diferença estatística, quanto a desfechos neurológicos perioperatórios, entre pacientes com oclusão carotídea contralateral submetidos à endarterectomia ou angioplastia. Não foi identificado evidência estatística que estenose da artéria vertebral ou da artéria carótida externa sejam fatores de risco independentes para desfecho neurológico combinado