Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Lezo, Denise |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-06072017-150133/
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Resumo: |
As décadas de 1950 e 1960, demarcadas por um intenso crescimento urbano e por um contexto de efervescência cultural, que contava também com o amadurecimento da produção e da crítica cinematográficas no país, configuraram um momento de profícuo diálogo entre as cidades e suas representações cinematográficas na conformação de seus aspectos imaginários e indenitários. Os filmes urbanos, entretanto, não eram um consenso no período, já que parte da crítica acreditava que as raízes da verdadeira brasilidade residiam no ambiente rural, ainda não corrompido pelo cosmopolitismo metropolitano. Assim, além de pouco numerosos, os filmes que tratavam dos grandes centros urbanos praticamente se resumiam a duas localidades, cada uma dotada de uma composição identitária própria: Rio de Janeiro, capital federal até 1960, e São Paulo, que passava por um acelerado processo de urbanização e industrialização, e que viria se tornar a cidade mais populosa do país. Observa-se que a capital paulista, marcada desde muito cedo por um imaginário ligado ao progresso aos avanços tecnológicos, à atividade industrial teve nas Sinfonias Urbanas filmes documentais realizados na década de 1920, que retratavam as cidades como ambientes universais, locus do artifício e da tecnologia, ritmadas pelo funcionamento ordenado da máquina uma importante influência, que permaneceu relevante até meados da década de 1960, em filmes como Simão, o Caolho (Alberto Cavalcanti, 1952), Noite Vazia (Walter Hugo Khouri, 1964) e São Paulo Sociedade Anônima (Luis Sérgio Person, 1965). Já o Rio de Janeiro, cuja exuberância da paisagem natural foi constantemente evidenciada em suas representações cinematográficas da primeira metade do século XX, passou a ser representada como Metrópole impactada pelos processos de modernização, para além do cartão-postal apenas em meados da década de 1950. Através da análise dos filmes Rio, Quarenta Graus (Nelson Pereira dos Santos, 1954), Cinco Vezes Favela (Marcos Farias, Miguel Borges, Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e Leon Hirszman, 1962) e A Grande Cidade (Cacá Diegues, 1966), observa-se uma urbanidade marcadamente desigual e contrastante, que buscava se equilibrar sobre uma tênue linha entre ordem e caos. Para o Rio de Janeiro cinematográfico, adequar-se ao comando e ao ritmo da máquina não se mostrava uma resposta eficaz, sendo necessária a criação de mecanismos de resistência a essa ordem muitas vezes encontrados no senso de comunidade presente no ambiente das favelas, representado pelas manifestações populares, em especial o carnaval e o samba. |