Necrose da gordura epipericárdica: análise clínica e radiológica de uma entidade pouco conhecida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Giassi, Karina de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5151/tde-18012017-150048/
Resumo: Introdução: a necrose da gordura epipericárdica é uma entidade caracterizada por dor torácica súbita de forte intensidade e ventilatório-dependente em indivíduos previamente hígidos, com menos de 50 casos descritos na literatura. O achado característico na tomografia computadorizada de tórax é de uma lesão arredondada com atenuação de gordura e graus variáveis de densificação dos planos adiposos adjacentes localizada na gordura epipericárdica. O tratamento é sintomático com analgésicos e as alterações radiológicas tendem a regredir em poucas semanas. O aumento do número de casos, nos últimos anos, sugere que a entidade possa ser subdiagnosticada. O objetivo do estudo foi estimar a frequência da necrose numa população e comparar dados clínicos e laboratoriais com um grupo controle. Material e Métodos: 7463 tomografias computadorizadas de tórax realizadas no pronto atendimento de um hospital quaternário, de julho de 2011 a dezembro de 2014 foram avaliadas por um radiologista na busca de imagens compatíveis com necrose da gordura epipericárdica. Vinte pacientes foram selecionados e comparados com um grupo controle pareado por idade e sexo, numa proporção de 1:5 pacientes com dor torácica atípica, que também realizaram tomografia computadorizada de tórax neste período. Os dados clínicos e laboratoriais foram comparados por meio de modelos de regressão linear e os aspectos de imagem e os relatórios das tomografias dos pacientes com a necrose foram avaliados individualmente. A frequência da NGE nos pacientes que realizaram tomografia computadorizada de tórax no pronto atendimento por dor torácica foi estimada. O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética. Resultados: a média de idade dos pacientes com a necrose foi 42 ± 13 anos e, desses, 25% mulheres (5 pacientes). A necrose esteve presente em 2.15% dos indivíduos que realizaram tomografia de tórax por dor torácica e em 0.26% de todos os pacientes que realizaram tomografia de tórax no pronto atendimento. A lesão é mais frequente do lado esquerdo (p = 0.01, IC = 0.56-0.94) e está associada à derrame pleural ipsilateral (p=0.01, IC 0.36-0.80) e atelectasia (p=0.01, IC 0.58-0.99) (p=0.01, IC 0.36-0.80). No contexto de dor torácica não coronariana, a necrose tem maior probabilidade de ocorrer na ausência de outros sintomas (p=0.005, IC -5.83, -1.27) e com o não uso de medicamentos (p= 0.01 e IC-3.33, -0.40). A análise dos relatórios das tomografias de tórax mostrou um aumento nas taxas de diagnóstico ao longo dos anos. Conclusão: pacientes com dor torácica atípica que não fazem uso de medicamentos e não possuem outros sintomas associados na ocasião do atendimento exibem maior probabilidade de apresentar necrose da gordura epipericárdica. A incidência da necrose na população estudada foi de 2.15%. O conhecimento da entidade contribui para a melhora da taxa de diagnóstico