"Representações sociais de mulheres frente à admissão hospitalar para a realização da cirurgia por câncer de mama"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Ferreira, Cintia Bragheto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-16082004-174730/
Resumo: Por existirem poucos estudos sobre o momento da internação hospitalar para a realização da cirurgia por câncer de mama, decidiu-se melhor compreender este momento a partir do referencial da teoria das representações sociais e da teoria do enfrentamento, buscando-se em um grupo de mulheres a identificação do significado da admissão hospitalar necessária para a realização da cirurgia, bem como as estratégias de enfrentamento por elas utilizadas nesse momento. A coleta de dados foi realizada numa amostra composta por 10 mulheres e pelos principais profissionais envolvidos em suas admissões. Com as mulheres foram realizadas observações participantes com a utilização do diário de campo e entrevistas semi-estruturadas, analisadas qualitativamente; e os profissionais foram observados com a utilização de um instrumento aberto-fechado, analisado qualitativa e quantitativamente. Em relação às mulheres, foram identificadas as seguintes categorias: perda da mama, medo da morte, cura, cuidado enquanto estratégia de retorno à saúde e dia normal. As estratégias de enfrentamento identificadas foram: médicos, Deus, ela própria, crenças próprias, família, namorado, outros que passaram pela mesma experiência, coragem, confiança, força de vontade, oração, não pensar e convivência com pessoas brincalhonas capazes de passar energia boa. A análise conjunta das representações sociais com as estratégias de enfrentamento evidenciou que em 70% das participantes houve relação entre o significado atribuído à admissão hospitalar e as estratégias de enfrentamento utilizadas. A relação entre as representações sociais e as estratégias de enfrentamento mostrou que as categorias: cura, cuidado enquanto estratégia de retorno à saúde e dia normal foram as mais eficazes no enfrentamento da admissão hospitalar. O instrumento utilizado com os principais profissionais que realizaram as admissões hospitalares mostrou que 100% dos principais responsáveis pelas admissões hospitalares foram enfermeiras; 100% delas tentaram estabelecer um vínculo positivo com as mulheres no momento do chamamento; 80% não se apresentaram às mulheres que receberam; 90% utilizaram preferencialmente o termo senhora no período em que permaneceram com as mulheres; 100% demonstraram preocupação com o ambiente físico relacionado à admissão hospitalar; 70% mostraram-se dispostas a ouvir as mulheres recebidas; 80% receberam as mulheres na posição ereta e, 60% das admissões hospitalares ocorreram com a presença de uma enfermeira e uma auxiliar de enfermagem. Alguns desses dados permitiram verificar que esses profissionais forneceram suporte às mulheres, mas ao mesmo tempo outros dados mostraram que estes mesmos profissionais se distanciaram de um cuidado capaz de contemplar os aspectos físicos, mentais e espirituais dessas mulheres. Pontua-se, a partir desta análise, a necessidade do estabelecimento da subjetividade no momento da internação como forma de identificação das necessidades das mulheres com câncer de mama. Para tanto, sugere-se a construção de um complemento para o protocolo de admissão hospitalar atualmente utilizado na enfermaria, onde os dados deste estudo foram coletados.