Estudo da participação de 2-integrina nas atividades fagocítica e microbicida de macrófagos alveolares e peritoneais na histoplasmose 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Soares, Elyara Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-11012010-162731/
Resumo: O Histoplasma capsulatum (H.capsulatum) é um fungo dimórfico patogênico e responsável por graves lesões pulmonares, as quais se caracterizam pelo acúmulo de leucócitos ao redor do fungo, resultando na formação de granulomas. A infecção ocorre principalmente pela inalação de conídios ou pequenos fragmentos de micélio que alcançam os alvéolos, onde se transformam em leveduras, que é a forma patogênica do fungo. Na resposta imune do hospedeiro, as integrinas participam nos mecanismos fagocíticos, essenciais na resposta à histoplasmose. As 2integrinas contêm uma cadeia 2, também conhecida como CD18, comum a várias moléculas de adesão, e uma cadeia variável. Até o momento foram identificadas quatro cadeias distintas: L, a qual forma o dímero L2, também conhecido como LFA-1 (do inglês leukocyte function antigen-1) ou CD11aCD18; m, formando m2, chamado Mac-1 (do inglês macrophage differentiation antigen 1) ou CR3 (do inglês complement receptor 3) ou CD11bCD18; x, formando x2, CD11cCD18, gp150, 95 ou CR4 (do inglês complement receptor 4) e a cadeia d, formando d2, CD11dCD18. Neste trabalho, investigamos o papel da molécula CD18 em macrófagos alveolares (MAs) e macrófagos peritoneais (MPs) nas funções efetoras contra H. capsulatum e a relação do leucotrieno B4 (LTB4) nestas respostas. Inicialmente confirmamos que MAs e MPs provenientes dos animais CD18low, expressam baixa porcentagem de CD11bCD18 (CR3). Demonstramos que, como esperado, MAs e MPs de ambos os grupos fagocitam mais leveduras opsonizadas com complemento do que não opsonizadas. Surpreendentemente, MAs de animais CD18low fagocitam 136% mais leveduras opsonizadas do que MAs de C57BL/6. Também, MPs destes animais fagocitam aproximadamente 240% mais leveduras quando infectados com H. capsulatum e opsonizados, quando comparados aos MPs de C57BL/6. A adição de LTB4 aumenta a atividade fagocítica em 520% por MAs de animais C57BL/6 e 200% por MAs de CD18low, enquanto que a adição de LTB4 aumentou a fagocitose dos MPs de animais C57BL/6 em 600% vezes quando comparado aos MPs de CD18low. Este fenômeno foi inibido pela pré-incubação destas células com antagonista específico do receptor BLT1 apenas em animais C57BL/6. A adição de LTB4 na cultura de MPs reduziu a porcentagem de morte das leveduras apenas nos animais C57BL/6. Os animais CD18low produzem espontaneamente mais LTB4 e apresentaram um grande aumento na produção de óxido nítrico quando comparados aos animais C57BL/6. Pacientes acometidos pela Doença Granulomatosa Crônica (DGC) possuem deficiência congênita da molécula CD18. Células fagocíticas isoladas do sangue periférico de pacientes com DGC foram incubadas com leveduras opsonizadas e assim como macrófagos de animais deficientes de CD18, fagocitam mais leveduras opsonizadas (900%) ou não (300%), quando comparado com células de indivíduos sadios. Sugerimos que a molécula CD18 tem importante participação nos mecanismos efetores da imunidade inata, por mecanismo dependente de mediadores lipídicos, como o LTB4, no controle dos mecanismos de defesa contra H. capsulatum.