Biologia e nutrição quantitativa de Heliothis virescens (Fabr., 1781) (Lepidoptera, Noctuidae) em três cultivares de algodoeiro (Gossypium hirsutum var. latifolium L.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1984
Autor(a) principal: Precetti, Attilio Alessandro Corrado Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20220208-055106/
Resumo: Avaliou-se a influência de três cultivares de algodoeiro, Gossypium hirsutum var. latifolium L. (IAC 16, IAC 17 e IAC 18) sobre o desenvolvimento da lagarta-da-maçã, Heliothis virescens (Fabr., 1781) através do estudo de parâmetros biológicos e nutricionais do inseto. Os trabalhos foram conduzidos em sala climatizada, com temperatura de 27 ± 1C, umidade relativa de 70 ± 10% e fotofase de 14 horas, criando-se as lagartas em folhas novas ou do terço superior do algodoeiro, em função do estágio de desenvolvimento do inseto. Observou-se influência das cultivares sobre a duração das fases larval e pupal, viabilidade dos ovos, peso larval no crescimento máximo, peso pupal e média de ovos por fêmea. Não houve diferenças significativas devidas às cultivares utilizadas sobre o período de incubação, duração da fase pré-pupal, duração da fase pupal de fêmeas, razão sexual de pupas e adultos, porcentagem de deformação de pupas e adultos, períodos de pré­oviposição, oviposição e pós-oviposição, longevidade dos adultos, e número de oviposições por fêmea. Não se detectou influência das cultivares sobre o número de instares e tamanho das lagartas, porém encontraram-se diferenças significativas no peso de pupas e na capacidade de oviposição. Através das tabelas de vida de fertilidade, determinou-se que a capacidade de aumento de H. virescens criada na cultivar IAC 18 foi 1,5 e 1,6 vezes maior do que quando criada nas cultivares IAC 16 e IAC 17, respectivamente. Para as lagartas criadas nas três cultivares, o consumo de alimento aumentou com os ínstares, sendo que para as criadas nas cultivares IAC 18 e IAC 16 observou-se um padrão logístico de crescimento (dias x peso fresco acumulado) enquanto que, para as provenientes da 'IAC 17', houve apenas tendência, sem adequada adaptação ao modelo matemático. Constatou-se influência nutricional das cultivares sobre o peso (fresco ou seco) ganho nos três ínstares finais, bem como sobre os pesos secos do alimento ingerido e fezes produzidas, com os maiores valores sendo registrados para lagartas criadas na 'IAC 18', e os menores, pela ordem, nas cultivares IAC 16 e IAC 17. Não houve diferenças significativas das cultivares sobre o índice de consumo (CI) e eficiência de conversão do alimento ingerido (ECI) porém, lagartas criadas na cultivar IAC 18 apresentaram maiores valores de razão de crescimento (GR) e digestibilidade aproximada (AD). Por outro lado, as provenientes da cultivar IAC 17 apresentaram a maior eficiência de conversão do digerido (ECD) não se encontrando correlação entre esses parâmetros com o teor de proteínas e de carboidratos solúveis das três cultivares utilizadas. Pela análise dos componentes principais aplicada a dados biológicos e nutricionais isolada e conjuntamente, as três cultivares estudadas foram separadas em três grupos distintos quanto à capacidade de desenvolvimento de H. virescens. Assim, notou-se que a cultivar IAC 17 foi a menos adequada ao inseto, enquanto que a cultivar IAC 18 foi a que melhores condições ofereceu para o crescimento larval e capacidade reprodutiva. Devido à maior facilidade de trabalho pela utilização de folhas de algodoeiro em relação às demais estruturas vegetais (sépalas, botões florais e maçãs) e considerando-se a menor possibilidade de erros pela menor manipulação do material, sugere-se, em programas envolvendo grande número de cultivares, estudos biológicos ao invés dos nutricionais quantitativos.