Análise de riscos climáticos e estratégias de irrigação para milho “safrinha” no Paraná, através de modelos de simulação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Cardoso, Célio Orli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11143/tde-20200111-151118/
Resumo: O objetivo deste estudo foi obter estratégias otimizadas de irrigação para o cultivo de milho em semeadura tardia ("safrinha"), para uma cultivar de ciclo precoce (XL-520), através da aplicação do modelo de simulação de crescimento pelo processo fisiológico CERES-Maize, em duas localidades do Paraná (Londrina e Ponta Grossa), em diferentes datas de semeadura, bem como fazer uma análise de riscos decorrente de adversidades climáticas associadas a este período de cultivo e às estratégias implementadas. O modelo CERES-Maize foi desenvolvido pelo Grassland, Soil and Water Research Laboratory, no desenvolvimento e produtividade do milho. Neste estudo, esse modelo será aplicado em simulações de longo período para a obtenção de informações visando estabelecer estratégias adequadas para maximização da renda líquida do milho “safrinha” em duas importantes regiões agrícolas do estado do Paraná. O milho “safrinha” com semeadura extemporânea, no período de baixa ocorrência de chuvas e temperaturas mais amenas, foi introduzido recentemente (década de 80) no sistema de produção agrícola, principalmente no Estado do Paraná, constituindo-se, atualmente, numa das principais alternativas agrícolas para a entressafra das culturas de verão no Centro-Sul do País. Porém, existem, ainda, poucos dados sobre esta modalidade de cultivo, principalmente no tocante a irrigação. Então, busca-se através de simulações de longo período obter informações , ainda não veiculadas na literatura especializada, que venham proporcionar a elevação da produtividade e rentabilidade do milho de “safrinha”, neste sistema de produção agrícola. Com as simulações verificou-se que as falhas no estabelecimento da cultura aumentaram com o atraso da semeadura, sendo a condição de umidade no solo o fator mais importante. Em alguns anos os ciclos foram afetados drasticamente por temperaturas bastante baixas e, nestes casos, o modelo interrompeu a simulação do ciclo antecipadamente, devido às baixas taxas de crescimento, principalmente em Ponta Grossa. As durações dos estádios e ciclos simulados tenderam a alongar-se quando confrontados com temperaturas mais baixas e o alongamento na duração do ciclo durante o período do milho “safrinha” pode atrasar o cultivo de verão em anos de ocorrência de temperaturas baixas, o que ficou mais evidente em Ponta Grossa, principalmente em semeaduras a partir de março. A simulações considerando cenários de produção potencial, em que a produtividade é governada somente devido ao clima, e sob o cenário de produção sob restrição hídrica e de nitrogênio, mostraram maiores valores para Londrina (médias de 8100 kg.ha -1 e 5305 kg.ha-1, respectivamente) do que em Ponta Grossa (médias de 4075 kg.ha-1 e 3725 kg.ha-1), devido a diferenças nos solos e principalmente nos elementos do clima. Em Ponta Grossa a exploração desta cultivar, além do mês de janeiro, com o nível de manjo estabelecido neste estudo, não seria viável mesmo para as semeaduras com a receita líquida positiva, devido ao alto risco de frustações de safras associadas às mesmas, decorrentes das condições térmicas. A irrigação em Londrina constituiu-se em uma alternativa viável pois elevou notoriamente os níveis de rendimento em todas as épocas de semeadura, variando em média entre 6000 a 8000 kg.ha-1, e reduziu os riscos de estabelecimento e frustação de safra para esta cultivar. Em todos os níveis a irrigação resultou em rendimentos mais estáveis ao longo de todo o período de análise, apresentando dominância de 1º e 2º grau em relação a condição sem irrigação, exceto no 1º decênio de janeiro. O modelos CERES-maize mostrou-se sensível quanto as respostas às variações dos principais elementos climáticos sobre as simulações dos principais processos de crescimento e desenvolvimento do milho “safrinha”.