Experiências com estratégias não convencionais no tratamento nutricional da obesidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nalle, Gabriela de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17162/tde-11062021-074805/
Resumo: Introdução: Os tratamentos convencionais para a obesidade estão voltados principalmente para a promoção de um balanço energético negativo, por meio da redução do consumo alimentar e aumento da atividade física. É bem estabelecida a dificuldade para a perda de peso e sobretudo para a manutenção do peso perdido, indicando a complexidade envolvida na obesidade e as limitações para o seu tratamento. Estratégias não convencionais têm sido discutidas para o tratamento de diversas enfermidades crônicas. Seu diferencial é a abordagem holística do sujeito, em suas dimensões biopsicossociais e de não centralizar o tratamento na doença. Objetivo: Conhecer como mulheres com obesidade em tratamento nutricional ambulatorial interpretam e incorporam no seu universo simbólico e pragmático, o tratamento e as estratégias não convencionais. Método: Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo exploratório, realizado com entrevistas semiestruturadas em profundidade com mulheres em tratamento da obesidade com estratégias não convencionais. As entrevistas foram gravadas e transcritas, realizadas em diferentes momentos do tratamento. Os dados foram analisados com apoio do software ATLAS.ti® versão 7, pela técnica da Análise Temática Reflexiva de Braun e Clarke (2006; 2016). Resultados: Foram entrevistadas 22 mulheres com obesidade (grau I: 36,30%, grau II: 22,72% e grau III: 40,90 %), idade entre 18 a 43 anos (média: 32 anos), renda média de 2 salários mínimos e 50% com o ensino médio completo, atendidas em Ambulatório de Nutrição de um Hospital Universitário. Os resultados foram divididos em cinco unidades temáticas as quais abordam a expectativa de receber um tratamento prescritivo e o encontro com estratégias não convencionais; a percepção do modo automático de comer e as decisões diárias influenciadas pelo ambientes de convívio, falta de tempo ou tensões; a necessidade de aprender a ter controle, pensar, prestar atenção e tomar decisões sobre suas escolhas alimentares; a incorporação de uma postura ativa, reconhecendo os mecanismos de consumo alimentar compensatórios; enfrentamento da ansiedade e a alimentação; a necessidade constante de pensar sobre o tratamento e as estratégias usadas. Conclusão: As experiências das pacientes contribuíram para compreender as dificuldades e enfrentamentos impostos pelo tratamento para obesidade com estratégias não convencionais. As estratégias apreendidas foram adaptadas e passaram a ser um recurso que as colocaram no comando de suas práticas alimentares, além de possibilitarem o desenvolvimento de novas formas de se relacionarem com a comida.