António Nobre e a memória como reconstrução poética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Costa, Ivani Ferreira Dias Meneses
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-24082007-150456/
Resumo: No \"Só\", de António Nobre consideramos as evocações da memória como importante fonte de informação não somente sobre o sujeito poético, mas também sobre a cultura portuguesa do século XIX. Nelas, visualizamos as tradições, o cotidiano de homens que trabalhavam no mar ou na terra, a religiosidade do povo, a história e a paisagem, sobretudo a do norte do país, possibilitando a reconstrução poética de parte do Portugal de Oitocentos. Essa reconstrução poética, obviamente, foi determinada pela memória do sujeito poético, que ora apresenta imagens da criança doce e querida por amas, envolvido numa atmosfera de contos de fadas ou de visões paradisíacas do mundo que o cercava, ora dá a conhecer situações que envolvem o adulto angustiado diante das perdas inevitáveis da vida. Em ambos os casos, avultam (ou sobressaem) evocações impressionistas por meio de recursos sensoriais que sugerem o estado de alma de um ser que valorizou o que é ser português. A análise dos poemas pretende demonstrar como António Nobre constrói e desenvolve poeticamente as imagens da memória e o que delas decorre, ou seja, como trabalha com as evocações, enumerações descritivas, hipotiposes, etc., de modo a constituir a imagem de um sujeito poético apegado à sua terra natal e a imagem da própria terra, representada por aquilo que julga mais típico dela. É esse o objetivo desse trabalho.