Desenvolvimento, anatomia e evolução de caracteres florais em Cyperaceae (Poales) 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Monteiro, Mariana Maciel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-29112020-234315/
Resumo: Cyperaceae possui ca. 5500 espécies distribuídas em 87 gêneros e divididas em duas subfamílias: Cyperoideae (76 gêneros) e Mapanioideae (11 gêneros). Inflorescências em Cyperaceae apresentam uma ampla variação em número de eixos laterais, ordens e comprimentos que resultam em uma variedade de arquiteturas, levando a muitas interpretações controversas. A família apresenta inflorescências descritas como panículas compostas com vários eixos laterais; entretanto, diferente da descrição usual de panículas, os eixos laterais não terminam em flores e sim, em estruturas reprodutivas que diferem entre as subfamílias. Em Cyperoideae, os eixos laterais terminam em espiguetas contendo várias flores. Em Mapanioideae, os eixos laterais terminam em espigas, que ao invés de conterem flores em cada bráctea, são constituídos por várias unidades denominadas espicóides. Os espicóides já foram previamente interpretados tanto como flores únicas, assim como inflorescências reduzidas. Considerando tais particularidades, esta tese teve como objetivo investigar os caracteres morfológicos de espiguetas e espicóides através de uma abordagem da anatomia, desenvolvimento e aspectos evolutivos. Espiguetas e espicóides de várias espécies foram analisados através de técnicas de Microscopia de Luz e Eletrônica de Varredura, testes fisiológicos e reconstruções de caracteres ancestrais. Os resultados mostraram que mudanças no início do desenvolvimento, principalmente reguladas por pressões mecânicas, parecem influenciar a variação no número e posição dos órgãos florais nas subfamílias. Além disso, caracteres florais (i.e. estilopódio) parecem ter uma notável influência no sucesso reprodutivo e na diversidade de gêneros de Cyperoideae. Para Mapanioideae, os resultados mostraram que processos no desenvolvimento sugerem ser consistentes na mesma tribo e o desenvolvimento dos espicóides do gênero monotípico Diplasia favoreceu sua interpretação como uma inflorescência reduzida. Finalmente, enfatiza-se o valor em entender as variações morfológicas dos espicóides em Mapanioideae como uma fonte de caracteres informativos para uma subfamília com notáveis relações filogenéticas inconclusivas. Tais resultados reforça a importância de combinar estudos anatômicos, ontogenéticos e evolutivos com o intuito de elucidar aspectos sobre diversidade e relações em uma família excepcional como Cyperaceae.