Micoplasmas hemotrópicos como potenciais agentes causadores de anemia em felinos domésticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Hora, Aline Santana da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-05092008-104907/
Resumo: Com o objetivo de avaliar a magnitude da infecção por micoplasmas hemotrópicos nos felinos anêmicos, amostras sangüíneas de 270 felinos anêmicos (Ht≤29%) e 53 felinos saudáveis foram submetidas à exames hematológicos, bioquímicos séricos (proteína total, albumina, fosfatase alcalina, alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, gamaglutamil transferase, bilirrubinas, uréia e creatinina), avaliação citológica do esfregaço sangüíneo e testes moleculares para a detecção de material genético de Mycoplasma spp. Foram encontradas 25 amostras positivas no grupo dos felinos anêmicos, pela técnica de Nested-PCR utilizando-se primers que amplificam fragmentos do gene 16S rRNA dos hemoplasmas. Dentre as amostras positivas, 23 foram caracterizadas por meio de seqüenciamento como Mycoplasma haemofelis e as duas restantes como \"Candidatus Mycoplasma turicensis\" e Mycoplasma haemocanis, respectivamente. As seqüências de nucleotídeos encontradas nesse estudo estão disponíveis no GenBank, sob os números de acesso EU442616 a EU442640, sendo os números EU442629 e EU442623, referentes ao \"Candidatus M. turicensis\" e M. haemocanis, respectivamente. Nos felinos infectados por M. haemofelis a anemia foi mais intensa quando comparados aos animais anêmicos negativos para qualquer uma das espécies de micoplasmas. Quanto à bioquímica sérica, as concentrações das bilirrubinas e a atividade sérica da ALT foram maiores nos felinos infectados. Adicionalmente, com o intuito de avaliar o papel desempenhado pelos retrovírus no desenvolvimento ou agravamento da anemia causada por micoplasmas hemotrópicos, todos os felinos foram avaliados quanto à infecção pelo vírus da imunodeficiência felina (FIV) e da leucemia felina (FeLV), por meio de testes imunoenzimáticos (ELISA) para a detecção de ambos os vírus, de imunofluorescência indireta para detecção do antígeno do FeLV e de técnicas moleculares de detecção do DNA viral do FIV. Dentre os felinos saudáveis não foi observada nenhuma amostra positiva para os micoplasmas hemotrópicos e/ou retrovírus. A associação entre M. haemofelis e FIV (p=0,009) e entre o M. haemofelis e FeLV (p=0,015) , foi evidenciada. O felino infectado por \"Candidatus M. turicensis\" apresentou discreta diminuição do hematócrito e ausência de sinais de regeneração medular e o felino positivo para M. haemocanis apresentou anemia mais profunda com sinais de regeneração. No primeiro a infecção por nenhum dos retrovírus foi identificada, enquanto que o segundo apresentou co-infecção por FIV e FeLV. As informações obtidas das alterações hematológicas e bioquímicas correlacionadas à infecção pelo M. haemofelis evidenciaram o potencial patogênico dessa espécie de micoplasma hemotrópico. A disfunção imunológica resultante da infecção pelos retrovírus pode predispor à infecção por M. haemofelis, não se excluindo a possibilidade de infecção por outros hemoplasmas.