Aspectos anatomopatológicos e avaliação de agentes infecciosos em 32 gatos com colângio-hepatite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Argenta, Fernando Froner
Orientador(a): Driemeier, David
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/210673
Resumo: A colângio-hepatite é considerada uma causa frequente de insuficiência hepática em gatos, três formas dessa doença são reconhecidas com base nos aspectos histológicos e são classificadas em neutrofílica, linfocítica e esclerosante. O diagnóstico é baseado nos exames laboratoriais como mensuração das enzimáticas hepáticas e perfil hematológico, correlacionados com os sinais clínicos, porém, o diagnóstico definitivo é determinado pelo exame histopatológico. Os objetivos deste estudo foram determinar a frequência de colângio-hepatite e suas classificações em gatos diagnosticados na Região Metropolitana de Porto Alegre, descrever seus aspectos anatomopatológicos e estabelecer uma associação com as infecções por Escherichia coli, vírus da imunodeficiência felina (FIV) e vírus da leucemia felina (FeLV), através do exame bacteriológico e da técnica de imuno-histoquímica (IHQ). No período de janeiro de 2000 a julho de 2016 o Setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul realizou 1915 necropsias de gatos, destes, 32 foram diagnosticados com colângio-hepatite, representando 1,7% dos casos. Destes, a colângio-hepatite linfocítica (CHL) foi diagnosticada em 68,7% (22/32), a neutrofílica (CHN) em 21,9% (7/32) e a colângio-hepatite esclerosante (CHE) com 9,4% (3/32) dos casos. De uma maneira geral, a idade variou de quatro meses a 16 anos, com a idade mediana de seis anos, e afetou predominantemente gatos sem raça definida. Quanto ao sexo, somente na CHN observou-se predisposição por machos, verificado em 85,7% (6/7) dos casos. Enterite e pancreatite foram identificadas concomitantemente com a colângio-hepatite em 56,2% (18/32) dos casos, cada. Em 46,9% (15/32) dos gatos observaram-se, simultaneamente lesões inflamatórias no pâncreas, intestino e sistema hepatobiliar, caracterizando a tríade felina. Através da técnica IHQ, 68,2% (15/22) dos gatos com CHL foram positivos para FIV, 40,9% (9/22) para FeLV e 31,8% (7/22) marcação para ambos os retrovírus. Na CHN, 85,7% (6/7) positivos para FIV, 57,1% (4/7) para FeLV e 42,8% (3/7) imunorreação para os dois retrovírus. Na CHE, 100% (3/3) dos casos apresentaram marcação para FeLV, 33,3% (1/3) para FIV e 33,3% (1/3) para ambos. Imunomarcação no lúmen de ductos biliares e nos agregados inflamatórios para E. coli foi observada em 27,3% (6/22) dos casos da CHL, 28,6% (2/7) da CHN e em 33,3% (1/3) da CHE. E. coli, Enterococcus sp. e Klebsiella pneumoniae foram os micro-organismos mais frequentes isolados no exame bacteriológico. No presente trabalho, a visualização da E. coli, através da IHQ no sistema hepatobiliar de gatos diagnosticados com colângiohepatite associados à inflamação, sugere que a doença se desenvolveu secundariamente à infecção bacteriana ascendente, porém necessitam de mais pesquisas para determinar a etiologia, como o envolvimento de processos imunomediados.