Deuses brancos, exploradores e selvagens: histórias em quadrinhos e imaginário racial no Brasil (anos 1930 e 1940)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Neiva, Lucas Mello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06102022-104309/
Resumo: O presente trabalho tem como objeto a integração de histórias em quadrinhos de aventura na selva e outras imagens publicadas nos periódicos O Tico-Tico e A Gazetinha a imaginários raciais vigentes no Brasil nos anos 1930 e 1940. Na pesquisa, procuramos entender de que forma os quadrinhos de aventura na selva e as outras imagens (ilustrações educativas, quadrinhos cômicos, desenhos e fotografias dos leitores) eram mobilizadas por diferentes grupos sociais (artistas e leitores, principalmente) em processos de visualização racial, ou seja, na concepção visual das raças humanas. Em nossa interpretação, as imagens foram mobilizadas de modo a reforçar e atualizar os imaginários raciais vigentes, reafirmando a crença na existência de raças humanas e sua hierarquização, com o estabelecimento da raça branca como padrão de humanidade, por sua suposta superioridade em diversos quesitos, como inteligência, grau civilizacional e beleza, e das raças não brancas, como a negra e a indígena, como o oposto da norma, caracterizando-as como animalescas e selvagens. A pesquisa foi realizada empregandose metodologia serial iconográfica, inspirada na iconografia serial proposta por Jérôme Baschet. Para além de Baschet, adotamos como referência autores dos campos da História Visual, da Cultura Visual e dos Estudos Raciais, assim como dos estudos sobre histórias em quadrinhos. A pesquisa emprega como fonte principal os números de O Tico-Tico e A Gazetinha presentes no acervo digital da Fundação Biblioteca Nacional