Caracterização da macaúba (casca, polpa e amêndoa) e análise sensorial através da Educação do Gosto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Zanatta, Samuel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/64/64135/tde-05052015-101840/
Resumo: A palmeira Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart, também conhecida como macaúba vem sendo principalmente explorada de forma extrativista, como fonte de renda para pequenos produtores, os quais fazem uso do fruto integralmente. Sua polpa amarelo-alaranjada intensa se deve à presença de carotenoides, poderosos antioxidantes que auxiliam na prevenção de doenças. A polpa é obtida apenas de forma artesanal e diante disso, são necessárias implementações de recursos tecnológicos que auxiliem na obtenção da polpa e minimizem as formas de contaminação, bem como redução das perdas nutricionais e sensoriais. Este estudo teve por objetivo fazer o processamento mecanizado do fruto para obtenção da polpa, por meio de diferentes binômios de temperatura/tempo, verificando o rendimento da despolpa e a influência nas características físico-químicas, sensoriais e microbiológicas; realizar a caracterização dos resíduos da despolpa da macaúba, a farinha da casca e a amêndoa, em relação a sua composição centesimal e compostos antioxidantes e, com auxílio da escola como ambiente formador, realizar a análise sensorial do néctar de macaúba, através do Percurso Sensorial, praticado no Programa de Educação do Gosto da Slow Food International. Os frutos obtidos em Teodoro Sampaio - SP (Pontal do Paranapanema) e em Brotas - SP foram despolpados no Departamento Agroindústria, Alimentos e Nutrição (ESALQ/USP). Verificou-se que a despolpa mecânica da macaúba apresenta melhor rendimento quando se faz uso de temperaturas elevadas: 15,01% para o despolpamento com maceração a 80ºC por 20 minutos e 30,04% para a maceração a 95ºC por 15 minutos, sendo uma vantagem para a substituição do processo manual pelo mecânico, devendo, porém realizar algumas adaptações no modelo da despolpadora, como peneira abrasiva com maior diâmetro dos crivos. Os processos para despolpa da macaúba mostraram-se eficientes em relação aos compostos antioxidantes, obtendo maior liberação de antioxidantes com temperatura de 95ºC por 10 minutos; com tempo de maceração maior ou com a pasteurização ocorre a perda dos compostos antioxidantes. Para os resíduos, os valores encontrados para atividade antioxidante valorizam o potencial que a macaúba tem em aplicabilidade de suas partes, sendo este mais um motivo para a continuação de estudos centrados nos resíduos, tendo como foco sua aplicação em produtos alimentícios, fonte de antioxidantes naturais e de minerais, uma vez que na casca de macaúba, o mineral encontrado em maiores proporções foi o potássio e na amêndoa, o nitrogênio. Sensorialmente a polpa de macaúba pura, elaborada em forma de néctar, foi avaliada como \"desgostei ligeiramente\", devido ao forte odor e aspecto viscoso. Assim, a elaboração do néctar misto de macaúba auxilia na melhor aceitação da polpa. Dentre os néctares testados, o néctar misto de macaúba com maracujá obteve maior aceitação entre os provadores, com notas equivalentes a \"gostei ligeiramente\" e \"gostei moderadamente\". Quando aplicado o Percurso Sensorial, o néctar de macaúba foi caracterizado como \"nem gostei, nem desgostei\" e \"gostei ligeiramente\", o que remete a modificações na formulação do néctar, principalmente em relação a sua viscosidade, podendo ser incentivados programas que implementem seu uso na merenda escolar