Proteínas séricas nos períodos pré e pós-parto e transferência de imunoglobulinas para o recém-nascido em bovinos da raça nelore

• Ano de defesa: 1977
• Autor(a) principal: Machado Neto, Raul
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: BEZERROS; GADO NELORE; IMUNIDADE MATERNO-ADQUIRIDA; IMUNOGLOBULINAS; PÓS-PARTO; PRÉ-PARTO; PROTEÍNAS SÉRICAS
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20240301-152234/

Visando-se o melhor conhecimento do comportamento das proteínas séricas de fêmeas bovinas de raça nacional, em período próximo ao parto, e a transferência das imunoglobulinas para bezerros alimentados com o seu colostro, foi realizado o presente trabalho. Foram utilizadas oito vacas gestantes da Raça Nelore, com idade variando entre 10 e 11 anos e no decurso da quarta ou quinta gestação, Amostras de sangue foram coletadas da veia jugular, a intervalos correspondentes, aproximadamente, a 5, 4, 3, 2 e 1 semana pré-parto. Mais duas amostras foram tomadas, uma imediatamente após o parto e a outra 60 horas depois. Efetuou-se, também, uma coleta de sangue em vinte vacas vazias que apresentavam as mesmas características raciais, etárias e de desenvolvimento das fêmeas gestantes. A coleta de sangue dos bezerros obedeceu ao seguinte esquema; imediatamente pós-natal (isto é, antes de ingestão de colostro) e 12 , 24 , 36 e 60 horas após. As amostras de soro sanguíneo foram analisadas eletroforeticamente, utilizando-se filme de agarose como suporte para separação das frações protéicas e posterior leitura fotocolorimétrica. As proteínas totais foram determinadas por colorimetria. A análise estatística dos resultados obtidos para as vacas mostrou não existir diferença significativa entre os teores médios de proteínas totais antes e depois do parto. No entanto o teor encontrado na determinação feita quinze dias antes do parto diferiu significativamente dos demais. Da mesma maneira não se verificaram diferenças estatisticamente significativas quando se compararam os teores de gamaglobulinas e albumina das determinações feitas antes, no dia e após o parto. Não se evidenciaram, também, diferenças significativas entre os níveis médios de proteínas totais e frações protéicas estudadas quando se compararam os teores das fêmeas gestantes e das vazias. A análise da variância mostrou que o teor de proteínas totais do plasma dos bezerros ao nascer, isto é, antes da ingestão de colostro, diferiu de modo altamente significativo dos teores após amamentação. Por outro lado, não existiu diferença entre os teores encontrados 12, 24, 36 e 60 horas após iniciada a amamentação, podendo-se admitir que o teor de proteínas totais aumenta bruscamente até as doze horas e depois estabiliza. A mesma observação é válida para os teores de gamaglobulinas, A concentração desta fração protéica, que ao nascer se aproximava de zero, alcançam valores bem próximos ao do animal adulto na determinação feita doze horas após amamentação, mostrando tendência para se estabilizar, Na fração albumina também ocorreu uma diferença significativa entre o valor encontrado na primeira determinação comparado com os demais. A queda desta fração compensa, em parte, a elevação da fração gamaglobulina, evitando alteração sensível da pressão osmótica coloidal do plasma. Os resultados deste trabalho nos permitiram estabelecer as seguintes conclusões: 1 - Apesar de não ter ocorrido decréscimo nos níveis de proteínas séricas, e particularmente de gamaglobulinas, em torno do parto, mecanismo este julgado necessário para o enriquecimento do colostro, a transferência de imunidade passiva para o recém-nascido por meio do colostro ocorreu eficientemente. 2 - A estabilização dos níveis da fração gamaglobulina sérica dos bezerros após um período de doze horas de vida, em valores próximos ao do adulto, indica que este prazo é suficiente para a ocorrência da transferência de imunidade para o bovino recém-nascido.