Fisiologia endócrina de peixes com diferentes estratégias reprodutivas em reservatórios poluí­dos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rojas, María Carmen Escalante
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-16102019-111031/
Resumo: Os reservatórios estão permanentemente submetidos a inúmeras pressões ambientais, intensificação das atividades antrópicas e alterações biológicas que ocorrem devido à presença de poluentes, que podem atuar como desreguladores endócrinos (EDCs), alterando a fisiologia reprodutiva de peixes. Nos reservatórios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) têm sido reportados processos de eutrofização e a presença de poluentes, produtos da antropização, dentre os quais se encontram diferentes tipos de substâncias que podem afetar a via esteroidogênica, atuando como EDCs, alterando a fisiologia reprodutiva de peixes. O objetivo do presente estudo foi utilizar diferentes biomarcadores para avaliar a fisiologia endócrina em machos de duas espécies de teleósteos, Astyanax fasciatus e Hoplias malabaricus, que apresentam diferentes estratégias reprodutivas, em reservatórios impactados da RMSP, em diferentes estações do ano. Estas espécies foram amostradas em três reservatórios da RMSP (Billings, Bil; Guarapiranga, Gua e Ponte Nova, PN) no inverno (2017) e no verão (2017 e 2018), e as seguintes análises foram realizadas: nutrientes na água, índices biológicos, como índice hepatossomático (IHS) e índice gonadossomático (IGS), histomorfologia gonadal e biomarcadores fisiológicos, como níveis plasmáticos de testosterona (T), 11-cetotestosterona (11-KT) e estradiol (E2), bem como a expressão gênica da vitelogenina hepática (vtg-A) e da subunidade β do hormônio folículo estimulante (fshβ). A expressão gênica da vtg-A é um biomarcador de exposição a contaminantes estrogênicos, motivo pelo qual foram utilizados animais do sexo masculino, e as demais variáveis foram consideradas como biomarcadores de efeito biológico. Os reservatórios foram classificados em um gradiente de eutrofização partindo de mesotrófico (PN), eutrófico, supereutrófico e hipereutrófico (Bil e Gua). No reservatório de PN, considerado como referência, os biomarcadores analisados não diferiram entre as duas estações do ano. O padrão de alteração foi homogêneo nos biomarcadores de efeitos biológicos para ambas as espécies, no entanto, para o biomarcador de exposição (vtg-A) os resultados foram mais pronunciados em H. malabaricus, e no verão houve maior alteração dos andrógenos. Sugere-se que os EDCs influenciaram na expressão gênica de fshβ, principalmente no verão, e nos ambientes mais eutrofizados, aumentando a síntese de andrógenos nos machos de ambas as espécies, esteroides que também foram mais elevados no verão em alguns pontos da Bil e da Gua. De forma geral, as condições da água da Bil e Gua, impactadas pelas ações antrópicas interferiram com os biomarcadores de efeito biológico, como E2, e também alteraram o biomarcador de exposição, vtg-A, sendo os animais da Bil mais afetados