Resumo: |
O relacionamento amoroso tem sido estudado pela psicologia e, para tanto, diversos questionários que analisam atitudes e qualidade do relacionamento são utilizados. O amor patológico (AP) é o comportamento repetitivo e sem controle de prestar cuidados ao parceiro, em um relacionamento amoroso. Estudos anteriores mostraram que indivíduos com AP se diferenciam de saudáveis por apresentarem impulsividade e autotranscendência elevados, relacionamento amoroso insatisfatório e compulsivo, predominância dos estilos de amor ágape e mania e tipo de apego ansioso/ambivalente. Como não existem instrumentos que mensurem especificamente este tipo de comportamento, objetivamos nesta tese desenvolver uma escala para avaliação do AP, bem como analisar as suas propriedades psicométricas. O presente estudo caso-controle foi realizado em duas partes. Na 1ª parte, foram comparados os resultados obtidos por 154 indivíduos (79 com AP e 75 saudáveis) em relação às características mencionadas, por meio da aplicação de 137 itens de questionários existentes na literatura que medem estas características isoladamente. A análise fatorial exploratória permitiu a redução dos 67 itens originais que diferenciaram as amostras para 26 itens e a estrutura fatorial primária foi composta por 5 fatores: Controle (13 itens), Insatisfação (4 itens), Impulsividade (2 itens), Abnegação (4 itens) e Idealização (3 itens). Estes itens exibiram boa consistência interna (alfa=.74; IC=.72-.76; p =<. 001), alguns foram adaptados, 4 novos foram criados e assim foi desenvolvido o modelo piloto da Escala do Amor (EA), composto por 30 itens. Na 2ª parte do estudo, 320 indivíduos (20 com AP, 28 sem AP e 272 com status desconhecido para AP) preencheram essa escala piloto e a análise fatorial foi refeita, resultando no modelo final da EA, composto por 22 itens distribuídos em 4 fatores: Controle (10 itens), Insatisfação (5 itens), Abnegação (5 itens) e Idealização (2 itens). A consistência interna mostrou-se ainda melhor (alfa=.88; IC=.86-.89; p= <. 001) e o método da curva ROC demonstrou que o poder discriminativo da EA foi excelente (AUC=.989; DP=.12; p <= .001). O desenvolvimento da EA contribuirá para otimizar a avaliação do AP, bem como para o progresso nas pesquisas e na análise dos tratamentos oferecidos |
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